"Você tem certeza que sabe pra onde estamos indo?" Liam me questionou pela milésima vez em menos de cinco minutos, e eu sorri.
"Absoluta." Ele balançou a cabeça levemente, o que indicava que não acreditava em nada do que eu estava falando. "Só confia."
"Tudo bem." Ele sorriu, apesar de ainda carregar uma expressão preocupada no rosto. Eu não julgo a sua preocupação, eu também não confiaria em mim indicando um caminho.
"Que prédio perfeito." Ele sussurrou, provavelmente para que eu não ouvisse, o que não deu muito certo.
"Qual?" Questionei já olhando ao redor.
"O que tem algumas flores enfeitando a entrada." Sorri ao reconhecer a floricultura da mamãe.
"É uma floricultura."
"Como?" Ele parecia confuso, e com razão, era um prédio realmente grande para conter uma floricultura.
"Ela é dividida por andares, cada andar é como uma estufa adequada para cada tipo de planta. Não tem só flores..." ele olhou novamente para o prédio, que já havia ficado para trás. "O topo do prédio fica a estufa, onde a maioria das flores são cultivadas."
"Isso é incrível." Ele sorriu.
"Eu sei, minha mãe fez um ótimo trabalho. Isso é um fato inegável."
"É seu?" Concordei com a cabeça.
"Agora sim."
"Olha, eu prometi que não ficaria em estado de choque toda vez que soubesse de algum negócio seu, mas confesso que está difícil." Eu sorriu divertida.
"Eu não posso te julgar por isso, as vezes eu mesma me pego sem acreditar na dimensão dos negócios da minha família..." apontei para uma rua a nossa direita "por aqui..."
Seguimos em silêncio, até nos depararmos com uma espécie de túnel dentro de uma montanha enorme. Estava quase entrando no mesmo quando fui segurada pelo pulso.
"Olha, eu não vou entrar aí dentro não..." ele disse decidido e eu gargalhei.
"Juro que é seguro. Só confia em mim, por favor." Fiz a melhor cara que consegui de cachorro sem dono e ele concordou meio incerto.
O túnel era bem iluminado e a alguns passos da entrada tinha um elevador de tamanho médio, ao seu lado uma escada caracol que sumia da nossa visão antes mesmo da primeira curva.
"E aí... você quer elevador ou escada?"
"Elevador?" Ele disse meio incerto, concordei com a cabeça e apertei o botão para que a porta abrisse.
"Não precisa ficar nervoso, sério..." ele me olhou tentando parecer calmo.
"Não estou..." E levou um leve susto quando o elevador balançou um pouco se segurando na barra lateral do mesmo.
"Você está estralando até o teu pescoço... Só relaxa." Coloquei a mão em cima da dele, como quem diz que vai dar tudo certo, ele analisou por poucos segundos e entrelaçou nossos dedos.
"Vou me sentir mais seguro assim..." Sorri vendo a nossas mãos juntas.
"Tudo bem."
Após algum tempo o elevador parou e a porta se abriu, o puxei para fora sem soltar nossas mãos. Conforme íamos avançando para ponta da montanha a expressão no rosto dele ia se transformando de preocupada para admirada.
"Se você disser que isso daqui é da tua família, eu me jogo dessa montanha." Ele brincou e o guiei até a barra de segurança, ainda com as nossas mãos ainda unidas.
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Até Você Chegar.
Teen FictionQuanto tempo uma dor é capaz de durar? Um dia? Uma semana? Um mês? Ou um ano? Sinceramente, eu lembro apenas a intensidade da minha dor. Lembro do quanto dói quando a sua base é abalada, ou simplesmente tirada de ti, talvez não do jeito mais brusco...