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Capítulo 1: Anaju, a maluca

"Olha bem para a minha cara e vê se eu estou preparada pra dizer adeus? Cara, o colégio é uma das etapas mais importantes da vida! É muito louco pensar que esse é o nosso último primeiro dia de aula.... Não tenho certeza se estou preparada pra enfrentar todo esse lance de vida adulta. ── Fernanda."

PEDRO

Quando eu acordei essa manhã nem me dei conta do que o dia de hoje significava.

Qual é, era só mais uma segunda-feira de fevereiro, super normal e nada chata. Nenhuma segunda-feira é chata quando você está de férias e acorda só na hora do almoço, sai todas as tardes com os seus amigos e vira à noite jogando League of Legends. E continua nessa rotina durante todos os dias das suas férias.

Acrescenta umas idas a praia, visitar uns parentes, sair com umas garotas e por aí vai.

Essa era a minha rotina de férias.

Mas naquela segunda-feira alguma coisa deu errado na minha tão amada rotina.

Por algum motivo ainda desconhecido, minha irmã ficou berrando uns dez minutos na porta do meu quarto, me chamando de irresponsável e me mandando levantar esse corpinho maravilhoso que Deus me deu da cama. Até pensei que já fosse meio dia ou até uma da tarde, mas quando peguei meu celular e olhei a hora, quis matar aquela garota naquele momento exato.

─ PEDRO! ─ mais uns três murros foram dados na porta ─ aposto que algum chute também ─ mas eu estava muito focado em manter minha cabeça no meio dos travesseiros do que ficar contando o ataque daquela garota. ─ AH, MAS QUER SABER? CONTINUA AÍ DORMINDO, SEU IRRESPONSÁVEL!

Obrigado, Senhor, por fazer essa maluca ter ido embora e parar de gritar às sete da madruga.

A gritaria desnecessária da Anaju àquela hora me deixou louco da vida. E também me deixou acordado. Tipo muito acordado mesmo.

Parecia que eu tinha tomado um balde transbordando de café e um fardinho de red bull. Cara, eu deveria estar super cansado agora: fui dormir era umas cinco e meia da madrugada pra ser acordado uma hora e meia depois.

Qual era a droga do problema da Anaju em não me deixar dormir até o meio dia nessa segunda-feira?

─ O cara não pode nem virar a noite jogando LOL que vem uma maluca e acorda ele às sete da manhã. ─ minha voz soou abafada por causa do travesseiro. ─ Mas é muita falta de consideração mesmo.

Senti meu celular vibrar na minha mão ─ mania insuportável essa que eu tinha de sempre dormir com ele na cama ─ e abri meus olhos, me rendendo ao fato de que não dormiria agora. Talvez lá pelas dez horas até aconteça, mas agora nem sonhando.

Meu celular continuou vibrando, chegando uma mensagem atrás da outra e eu achei aquilo hiper estranho porque nenhum adolescente normal acorda às sete da madrugada nas férias.

Desbloqueei a tela, me deparando com meu WhatsApp mostrando umas dez pessoas querendo falar comigo. Vai me dizer que é hoje o evento de anime e que eu esqueci totalmente? Caraca! Se fosse isso, os caras lá do Basso iam me matar! Tinha combinado com o Gutão e o Thomas já tinha muito tempo...

Mas, espera aí, o evento de anime ia ser só em março e não em fevereiro.

Desci para ver qual era a primeira pessoa e última mensagem que eu tinha recebido. E era do Gustavo. Tinha dado o maior vácuo no cara porque me distrai jogando LOL e deixei o celular de lado totalmente. Ele devia estar muito puto da vida; Guga odiava quando as pessoas o deixavam no vácuo.