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Capítulo 7: (!)

"Nunca caíam na asneira de repetir a frase de um filme/música para algum gringo sem realmente saber o significado. N-u-n-c-a. ── Gustavo."

PEDRO

13 - Ir no Cristo e no Pão de Açúcar todo mundo junto;

21 - Fingir que é um gringo perdido no Rio de Janeiro e sair pedindo informação;

Aquele clima pesado ainda pairava entre Fernanda e eu e simplesmente não sabia mais o que fazer sobre isso, cara. Pedido de desculpa? Já tinha pedido. Implorado que ela me chamasse de leite ou de pudim? A mesma coisa, mas nada que eu pedisse para Fernanda fazia com que aquela nuvem se dissipasse da nossa relação. Fernanda parecia bem disposta em me ignorar dessa vez.

Ah, o lance de chamar de leite ou pudim... Todo mundo já sabe que a Fernanda é intolerante a lactose e, por causa disso, ela acha uma ideia maravilhosa xingar as pessoas de coisas que ela não pode comer. Então se um dia ela chame você de pudim de leite, não fique achando que isso é um elogio, beleza? Na verdade ela deve estar excomungando você de coisas que é melhor não falar aqui porque, vocês sabem, o horário não permite isso.

Enfim, vamos voltar ao fato que além de estar muito brava comigo, Fernanda vem me ignorando cada vez mais e eu simplesmente não sei lidar com as pessoas me ignorando. Ainda mais se essa pessoa for a mala sem alça da minha vida que já deveria estar mais do que acostumada com as minhas idiotices santas de todos os dias. Alguma coisa me dizia que dessa vez, por algum motivo ainda desconhecido, eu tinha pisado e muito feio na bola com Fernanda Marcondes.

Mas aí vocês me perguntam: se você sabe que pisou feio na bola com a garota, porque raios foi chamar ela de egoísta? Minha resposta é bem simples: desde quando a Fernanda tem problemas com a palavra egoísta? Eu não sabia e quando perguntei para a Giulia ela só me chamou de cabeça de ovo, me deixando muito chateado com a não ajuda e por ter comparado a forma da minha cabeça a um ovo. Viu só? Eu simplesmente não estou acostumado com outras pessoas pegando no meu pé praticamente vinte e quatro horas por dia, só sou acostumado com a Fernanda. E agora que ela quer me ignorar de vez e nem olhar na minha cara direito quer mais, ela simplesmente deixou o caminho aberto para terceiros acharem que podem me chamar de cabeça de ovo e derivados.

Alguém, por favor, traz a Fernanda de volta?

Voltando ao ponto do egoísta... Ok, ser chamado de egoísta não é muito legal e ela poderia ter dito "ei, Pedro, egoísta não tá liberado", mas não. Claro que não. Estou sendo o mais sincero possível nesse momento quando digo que não sabia que a Fernanda possuía problemas com a palavra egoísta. Tinha até uma música que ela ficava cantando às vezes, um negócio na pegada pop e chiclete que gruda na cabeça ─ bem coisa que a Fernanda ama. O pior que a música era bem chiclete mesmo... Como era mesmo o refrão?

Eoh eoh eh, eoh eoh ah

Egoista! Egoista!

Que maravilha, hein, Pedro? Agora você vai ficar cantando essa parte da música em plena fila na van para chegar até o Cristo Redentor. Mas, sendo sincero, era até melhor ficar cantando aquela partezinha da música do que ficar prestando atenção na Giulia e no Samuca que brigavam sobre como chegar até aquela coisa de braços abertos. Já tive meus momentos de fã de One Direction, obrigado.

─ A gente vai subir de elevador e depois pelas escadas sim, Samuel. ─ Samuca bufou e até bateu o pé, parecendo uma criança de cinco anos que não curtia muito ao que a mãe falava. ─ Eu sei que é a sua primeira vez aqui, mas diz pra ele, Guga... É horrível, uma morte lenta e dolorosa, subir isso tudo a pé. Você tem que agradecer a gente ter descolado essas caronas nas vans.