Bônus: Giulia Rezende

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"Pontos finais são necessários para que novas histórias comecem a ser escritas. ── Fernanda."

GIULIA

Existem dias que, se fosse possível, eu pediria para que a mesma pessoa que clonou a Avril Lavigne, colocasse minha substituta no lugar da minha verdadeira eu para que eu não fosse obrigada a viver.

De verdade? Não sou uma pessoa que costuma fugir dos seus problemas.

A questão? Yuri não era um problema, mas estava se tornando um diante dos meus olhos por sua insistência em tentar entender por qual motivo eu não queria assumir nada sério com ele. Nós continuávamos da mesma maneira do início do ano, mas Yuri queria realmente um relacionamento sério. Comigo. E eu? Eu só queria um clone no meu lugar para que ela lidasse com a situação.

─ Não vou namorar com você, já disse. ─ já disse, mas não expliquei e nem sei se quero explicar, foi o que pensei todavia não dei voz a esse pensamento. Preferi seguir pela linha segura e não demonstrar para Yuri o que realmente me assustava com tudo aquilo. ─ Gosto de você, mas...

─ Mas?

Porque ele simplesmente não poderia aceitar minha frase pronta e colocar uma pedra no assunto? Eu falava, em partes, a verdade para Yuri: eu realmente gosto dele, mas não quero namorar. Por mil e um motivos que realmente talvez ele precisasse saber, só que... Admitir meus medos em voz alta? Por favor, já era difícil o bastante conviver com eles quando apenas eu sabia, imagina ter que compartilhar isso com qualquer outra pessoa?

Tudo bem, eu sei, Yuri não era qualquer outra pessoa.

Ele tinha o direito de saber os reais motivos para que eu não quisesse assumir um compromisso sério logo agora.

E quanto mais eu pensava sobre aquilo, mais eu cogitava a hipótese de que talvez fosse ser algo bom me abrir com alguém; guardar esses pensamentos por muito tempo nunca é algo bom. Eu apenas não sentia que Yuri deveria ser essa pessoa. Talvez Fernanda ou Gustavo... Talvez eu só precisasse colocar para fora de uma vez por todas tudo aquilo que estava me assombrando nesse final de ano.

Mas, antes de fazer aquilo, eu precisava encerrar esse assunto com Yuri de uma vez por todas.

─ Mas, sei lá, não parece certo começar a namorar agora. A gente vai se formar daqui umas semanas. ─ dei de ombros e coloquei a verdade para fora, pelo menos, em partes. ─ E eu nem sei o que quero fazer depois de me formar. Na verdade, não sei nem o que quero fazer agora, mas sei o que não quero fazer: começar um relacionamento.

─ Comigo.

─ Com qualquer pessoa. ─ o corrigi. ─ Não estou pronta. Alguma coisa aqui dentro diz que eu ainda preciso amadurecer muito e entender muitas coisas antes de começar a me relacionar com alguém de uma maneira tão séria.

Não sei se por ter falado muito ou expressado meus sentimentos melhor foi o que tenha feito Yuri entender o meu lado, mas aos poucos eu vi a compreensão tomar conta das suas feições e ele assentiu algumas vezes, ainda em silêncio.

E respeitando esse silêncio e o momento dele, finalizei:

─ Gosto de você, mas não é o nosso momento.

Não finalizei apenas minhas palavras: finalizei tudo entre a gente.

Porque não era justo continuar com Yuri sendo que ele estava preparado para uma coisa a qual eu não estava. Era nítido, desde antes, que nós estávamos em momentos diferentes, mas mesmo assim continuamos essa coisa complicada entre a gente e... Acho que criamos uma bola de neve. Apenas torcia que agora, com tudo explicado entre a gente, ninguém saísse machucado de tudo isso.

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