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V. H


Está a ficar tarde e espero que a Carol seja capaz de convencer a minha irmã a vir, depois do que o que o Nick me disse sobre a Mia deve estar um furacão e não imagino ninguém a conseguir controlá-la. Ela pensa que foi abandonada na véspera do seu aniversário e a minha brilhante ideia foi deixar tudo nas mãos da nova colega de quarto dela. Se calhar pensei demasiado grande em relação a esta rapariga. A rapariga que apareceu de para-quedas na minha vida uma segunda vez. A verdade é que naquela tarde no parque fiz de propósito em acertá-la, é verdade que não tinha intenção de o fazer com tanta força a ponto de ela praticamente desmaiar, mas quando vi aquela forma passar naquele vestido bege com os cachos loiros a cair pelos ombros, não resisti em chamar a sua atenção, mas a miúda estava tão concentrada numa festa de casamento que se passava a metros de onde estávamos que não tive outra escolha, não esperava é que ela caísse e que o César fosse a correr socorrê-la. Típica história de amor à primeira vista, o cavaleiro que salva a donzela, blá blá blá, e foi assim, ela está completamente babada por ele, embora não o admita eu bem vejo a forma como os seus olhos brilham quando está na presença dele. Ele é meu amigo e não me quero meter mas ele nunca vai namorar com ela se é o que ela pensa que vai acontecer, ele é mais de estar hoje com uma e amanhã com outra, quem eu estou pra qui a julgar eu também sou assim. Afinal de contas partilhámos uma casa por isso mesmo, para poder dar festas e receber raparigas à vontade, ser o melhor quarterback da universidade tem que ter as suas vantagens. Estou perdido em pensamentos quando umas mãos femininas me abraçam por trás trazendo-me de volta para a realidade.


- A tua irmã nunca mais chega amor! Podíamos esperar por ela no teu quarto.


O convite da Raquel é muito tentador mas a verdade é que já bebi mais do que devia e estou ansioso por ver como ela vem vestida, aquela rapariga irritante de língua afiada que me tem vindo a desafiar desde que me venceu num jogo de futebol. Ela é boa naquilo e tenho de admitir que o meu talento não para esse futebol mas para um mais físico, adoro o futebol americano embora a maior parte das vezes chegue a casa com o corpo cheio de nódoas negras.

Parece que a minha espera deu frutos porque avisto o cabelo emaranhado da minha irmã, ao qual ela chama de estilo artístico, e ao lado dela um corpo esguio com as curvas definidas num vestido vermelho justo ao corpo mas que começa a alargar das ancas para baixo não deixando que se consiga ver o traseiro, que pessoalmente já tive a sorte de apreciar e todo ele é definido provavelmente devido aos agachamentos que deve fazer de manha.

A casa está no maior silêncio com as luzes todas apagadas quando elas chegam perto de mim na soleira da porta.


- Boa noite maninha. Então o que vos traz por cá?

- Vim mostrar a tua casa à Carolina, ela tem um encontro com o César.

- Com o César a sério? Ele não está em casa. – claro que está mas não quero que ela vá ter com ele. Sou egoísta? Sou e quero aproveitar mais uns minutos pra poder observá-la, assim que ele deitar os olhos sobre ela vai ser impossível separá-los e todos sabemos como vai acabar. Claro que a minha irmã sabe quando estou a mentir.

- Vai bugiar H. – passa por mim como um furacão e entra em casa a gritar pelo César. As luzes acendem e ela é apanhada completamente de surpresa com toda a gente a gritar o nome dela e a dar-lhe os parabéns, claro que ainda não é o dia mas se fizéssemos ontem a festa teríamos de a acabar à meia-noite assim podemos prolonga-la mais tempo porque vai ser o dia dela e já é quase mesmo o dia dela. – Oh meu Deus tu sabias disto?

Amor VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora