Carolina cresceu na Suíça com a sua mãe, dona de uma galeria de arte prestigiada, Francesca, aos dez anos de idade viu a sua vida mudar quando regressaram à cidade natal da mãe para o casamento da sua melhor amiga, Gina. O que Carolina não esperava era conhecer o seu pai, a lenda local de futebol, Colin. Após uma semana atribulada de mistério e drama, o pai convenceu a mãe a ficarem, sendo assim esta abriu uma galeria na cidade e passaram mais dez anos até decidirem casar. Carolina tinha agora dois irmãos doze anos mais novos que ela, o Simão e o José eram gémeos idênticos, os dois com cabelo escuro como o pai e olhos castanhos como os da mãe, já Carolina tinha sido o contrário, com cabelos loiros encaracolados como os da mãe e olhos azuis como o pai. Tinha agora vinte anos e os pais estavam a casar num jardim público, faltava apenas uma semana até ela ir para a Universidade e digamos que a despedida não estava a ser fácil, para nenhum dos cinco. A distância não era muita mas com as aulas e os treinos ela tinha de ficar a dormir na residência do campus, e fazer parte da equipa de futebol não ia facilitar em nada as visitas a casa uma vez que os jogos seriam muito frequentemente ao fim de semana.
V. Carolina
- Eu Colin Laqueuille recebo-te Francesca Roquefor, como minha esposa, para o melhor e o pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar-te, honrar-te e respeitar-te, perdemos dez anos das nossas vidas porque fui demasiado orgulhoso, amei-te durante vinte e hoje diante de Deus, familiares, amigos e mais importante diante dos nossos filhos prometo fazer-te feliz até que a morte nos separe, segundo a santa lei de Deus, este é o meu voto solene.
- Eu Francesca Roquefor recebo-te Colin Laqueuille, como meu marido, para o melhor e o pior, na riqueza e na pobreza, na doença e na saúde, para amar-te, honrar-te e respeitar-te, durante vinte anos nunca deixei de te amar e ser-te fiel, por isso hoje diante de Deus, familiares, amigos e claro diante dos nossos filhos para quem tens sido um pai fenomenal, prometo fazer-te feliz até que a morte nos separe, segundo a santa lei de Deus, este é o meu voto solene.
- Eu os declaro marido e mulher. Não separe o Homem o que Deus uniu.
Batemos palmas e vejo que lágrimas caem pelo meu rosto, lágrimas de alegria enquanto o meu pai puxa a minha mãe e beija com imensa paixão.
O copo de água é feito no mesmo parque, os meus pais não quiseram fechar o que significa que toda a gente que se quiser juntar à festa pode fazê-lo, o que resulta em pessoas que nunca vi na vida e imensas fãs de ambos a invadirem o casamento dos meus progenitores. Decido afastar-me um pouco e enquanto estou sentada perto do lago a olhar para eles que estão tão felizes que contagiam sou acertada por uma bola de futebol.
- Estás bem?
Quando abro os olhos percebo que a bolada me fez cair na relva. O rapaz que se encontra debruçado sobre mim mais se parece com um Deus grego, de cabelo loiro e olhos verdes, a pele morena que me faz pensar que só pode ser surfista e que me quero perder no meio daqueles braços.
- Estás bem?
- Ah sim estou. – estende a mão na minha direção e eu seguro nela para me levantar.
- Desculpa mas não estávamos a contar que aparecesse ninguém aqui.
- Não há problema eu estou bem.
- Então a princesa já recuperou?
- Não sejas parvo podias tê-la magoado a sério.
- Eu estou ótima deixa estar, aqui o teu amigo precisava ser muito melhor jogador para me magoar.
- Eu melhor jogador? O quê que uma princesinha como tu percebe de futebol?
- H chega. Se já estás boa nós vamos indo.
- Estou bem obrigada. É mesmo melhor ires antes que eu seja obrigada a envergonhar aqui o teu amigo.
- Aposto que ia adorar ver isso mas não me parece que seja uma boa altura. Adeus.
- Eu acho que a altura é ótima. Isso se esses sapatinhos não te atrapalharem princesa.
- À primeira de cinco acaba.
- Feito princesa, César defendes?
- Vocês estão mesmo convencidos disto?
- ESTAMOS! – respondemos os dois em uníssono e espero que o tal de César seja mesmo bom a defender porque não lhe vou facilitar a vida, o H vai desejar nunca ter saído da cama hoje, quem ele acha que é para me chamar princesa, e quem se apelida de H? Retiro os meus sapatos de salto alto e pouso os meus pés descalços na relva fria, faço um coque desajeitado no topo da cabeça e dou um nó na cauda do vestido para ficar à altura dos joelhos. Lanço um sorriso travesso ao meu adversário e sei que daqui a uns minutos este jogo vai estar ganho.
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Amor Vagabundo
Ficção AdolescenteContinuação de Eterno Amor: https://www.wattpad.com/story/77473207-eterno-amor Duas histórias distintas, em Eterno Amor falo sobre Colin e Francesca, em Amor Vagabundo falo sobre Carolina, a leitura de uma das obras não depende da leitur...