capitulo dezassete.

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-Calum

Abro os olhos, sinto uma dor agoniante na nuca e rapidamente levo os meus dedos até à minha cabeça, os meus dedos dançam pelo local sinto sangue e sento-me, olho em volta e reconheço as paredes brancas do local.

Da ultima vez que estive aqui foi com o Luke, quando me tentei matar.

-Já acordaste!-oiço a minha mãe a exclamar.

-Olho para o lado e vejo que Luke ainda de olhos fechados, o seu nariz está coberto se sangue tal como os seus punhos, a sua cabeça tem uma ligadura, mas felizmente a sua respiração está normal.

Ver algúem que amo ser tratado desta forma magoa-me tanto, devia ter-lhe dito para ir embora.

Dou por mim a chorar agarrado à minha mãe, as lágrimas saem como facas dos meus olhos, odeio chorar, ficar vulnerável em frente às pessoas, mostrar que sou humano.

-Porquê ele mãe? O Luke é tudo o que tenho, o meu único amigo! E até isso o pai me tirou.-sussurro.

-Oh calum, não penses assim.-responde, as suas mãos fazem pequenas festinhas no meu cabelo e isso diminui a minha ansiedade.

-Ele é a razão de eu estar melhor mãe.-digo, os meus olhos não abandonam os olhos fechados do Luke.

Levanto-me e sento-me ao pé de Luke, os meus dedos entrelaçam os dele e encosto as nossas testas, num sussurro quebrado digo "amo-te" e deposito um pequeno beijo nos seus labios.

-Gostas mesmo dele não é?-oiço a voz da minha mãe quebrando o silencio.

-Sim.-suspiro ainda com a cabeça encostada à de luke- ele é tudo para mim, sempre tive medo de amar,mas não tive medo de o amar a ele, eu dava tudo para que ele estivesse bem.- confesso.
Afasto as nossas testas e encaro a minha mãe, esta junta-se a mim ao lado de Luke e encara-o.

-O pai?-pergunto.

-Não sei, ele desapareceu depois do que fez.-suspira, levanto-me bruscamente e encaro-a.

- Mãe eu adoro-te muito mas esse Cabrão tem de ser apanhado!

-Calum tem calma, ele vai ser apanhado.

A porta abre-se e atrás da mesma sai um médico com uns papéis na mão, que presumi serem a ficha do Luke, o homem encara-me e suspira.

-Sr.Hood deveria estar deitado e não em pé.- o homem disse, sento-me e tapo o meu corpo com os lençois da cama.

-Como está o Calum?-oiço a voz da minha mãe a ecoar pela sala gelada.

-Fizemos uns exames e ele vai ficar bem, apenas precisa de repouso.

-E o Luke?-pergunto.

-Só podemos dar informações a pessoas próximas dele.-responde, mais lágrimas saem dos meus olhos e sinto-me a desesperar.

-Por favor Sr.Hood não chore, eu dou-lhe informação mas não se atreva a dizer que o fiz.-pede.

Anuo e espero que o homem fale, os seus olhos dançam pelo papel nas suas mãos e o meu batimento cardíaco aumenta.

-O seu ...

-Namorado- interrompo

-O seu namorado está num estado um pouco grave, quando acordar vai ter que ser operado e talvez não possa sair vivo, da operação.-diz, o meu coração pára ao ouvir aquilo, a minha respiração fica descontrolada e olho mais uma vez para Luke.

-Não, isto não está acontecer.-os meus olhos viajam pela divisão e sinto mais lagrimas a escorrer pelo meu rosto,  a minha mãe tenta acalmar-me mas nada parece resultar, levanto-me da cama ignorando os constantes avisos do médico, os meus lábios colidem com os de Luke, as lagrimas no meu rosto tornam este beijo mais salgado e ao mesmo tempo triste.
Sinto o loiro a corresponder e abro os olhos assustado, apenas para encarar aquelas esferas azuis pelas quais me apaixonei.

-Calum, o que aconteceu?-pergunta, sinto mais lágrimas a cair, alguns sons saem da minha boca mas nada e concreto.

Como é que lhe vou dizer que ele está em risco de morrer?

Mais lágrimas caem dos meus olhos e envolvo o frágil corpo do loiro nos meus braços.

-Eu não te consegui proteger, desculpa Luke, desculpa.- o loiro encara-me confuso.

-Sr.Hemmings, o senhor vai ter que ser operado, e pode ou não sair vivo de tudo isto, infelizmente as probabilidades de sobreviver são quase nulas.-a voz do doutor substituí o som do meu choro constante.

-O quê?!- o loiro pergunta exaltado, o que me dá mais vontade de chorar.

-Desculpa.- o loiro beija-me e encosta a sua testa à minha.

-A culpa não é tua Calum, eu vou ficar bem, e se não ficar, quero que lutes okay?! Nunca desistas de ti, promete-me.- a sua mão envolve a minha, algumas lágrimas caem na mesma e a minha visão torna-se turva devido às lágrimas e Luke beija o meu rosto.

-Não te despeças de mim caramba!- a minha voz trémula ecoa pela divisão e levanto-me da cama de Luke.

-Porra, Luke tu não percebes eu sem ti estou perdido, completamente sozinho, sou ninguém, não tenho um propósito, eu sem ti, não tenho razão para viver.-grito - odeio isto oh como odeio gostar de ti, odeio tanto mas foda-se eu amo-te Luke- sussuro, as lágrimas caem, e tal como a minha mãe, o médico olha-me perplexo.

-Calum, eu mesmo que morra não te vou deixar, eu vou estar lá em cima a olhar para ti.- deito-me na minha cama e deixo mais lágrimas cair.

-Sr.Hemmings, podemos marcar a operação?- enfio a cabeça na almofada e deixo mais lágrimas cair.

-Sim.- Luke solta um suspiro, oiço folhas a mexer e depois rodas.

Merda, isto está mesmo a acontecer, vou perder o Luke.

Heaven - 1ª temporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora