Calum
Levanto a cabeça da almofada e observo o lugar onde anteriormente estava a cama de Luke.
-Mãe, eu não o quero perder, não a ele.- as lágrimas caem dos meus olhos e encolho-me na cama.
Imaginar uma vida sem Luke é algo que é impossível para mim, ele salvou-me, literalmente, ele impediu-me de me matar.
Oiço a porta a abrir e uma figura feminina aparece por trás da mesma e atrás dela encontram-se dois rapazes altos parecidos com o Luke.
-É aqui o quarto do Luke Hemmings?-a mulher pergunta.
-Sim, ele foi agora mesmo levado para uma operação.-a minha mãe responde à senhora e esta arregala os olhos.
-Operação?!-exclama.
-Mãe tem calma.- um dos rapazes profere e percebo que aquela é a mãe do loiro.
-Srª Hemmings?- a minha voz enche o espaço e ela observa-me - eu sou o calum - a mulher interrompe-me com um sorriso.
-És o namorado do Luke? Ele está sempre a falar sobre ti e do quanto gosta de ti!- os seus olhos brilham e algumas lágrimas caem dos meus olhos.
-Ele vai fazer uma operação que o pode matar. - sussurro, mas a mulher ouve e aproxima-se de mim.
-Foi o teu pai?-pergunta, os meus olhos arregalam-se e esta encara o chão.
-Como é que sabe?- pergunto em sussurro
-O Luke conta-me tudo querido, podes explicar-me o que aconteceu por favor?- deixo um longo suspiro escapar-me dos lábios e explico cada segundo dos acontecimentos.
O rosto da senhora enche-se de lágrimas e sinto uma certa culpa nisto tudo.-Desculpe, não queria que isto lhe acontecesse.- um suspiro sai da minha boca e a mulher apenas soluça.
-Não tens culpa, tu não podias prever isto.- a senhora encara os dois rapazes altos que deixam algumas lágrimas cair.
-Ele vai ficar bem, não se preocupem.- as suas palavras parecem incertas, penso que ela as diz para se convencer a si mesma.
Viro-me na cama, e observo o local onde posteriormente estava Luke, todos os momentos que passei com ele repetem-se na minha cabeça, mas nenhum deles parece uma memória, parece que estou a ver tudo da perspectiva de outra pessoa, é como se eu agora fosse duas pessoas diferentes, como se uma parte de mim já estivesse pronta para o esquecer, mas a verdade é que só o pensamento de não poder voltar a ver os seus olhos azuis faz o meu intestino contorcer-se.
-Calum, estás a ouvir?- a senhora simpática sorri-me e eu viro-me para ela.
-Desculpe estava distraído.-ela dá um pequeno sorriso e senta-se ao pé da minha mãe, num dos pequenos sofás que tinha no quarto.
-O meu nome é Liz, e sou a mãe do Luke, estes são o Ben e o Jack, os irmãos dele.- encaro os rapazes e observo as óbvias parecenças entre os três.
-Bem Calum, vamos dar-te algum tempo a sós para poderes descansar.- a minha mãe e a família do loiro abandonam a sala e tudo fica silencioso.
Olho para a janela, parece tudo tão calmo, tão normal, tão banal, como se eu não estivesse num hospital, como se a vida do Luke não estivesse em risco, é engraçado o quão insignificantes somos para as pessoas com quem nos cruzamos, quão invisíveis nos conseguimos tornar.
Olho para a pequena mesa ao meu lado e vejo o meu telemóvel a brilhar, alguém me estava a ligar, mas neste momento não me apetece nada falar com pessoas, estou demasiado cansado, contudo decido atender o numero desconhecido.
-Olá? Calum és tu?
-Quem fala?
-É o Michael, o Luke deu-me o teu numero, queria saber se amanhã queres vir cá a casa com o Luke, podíamos jogar FIFA e comer.
-Michael, eu e o Luke estamos no hospital.
-O quê?!
-O Luke está numa operação e ele pode não sobreviver.
-Vocês estão em que hospital?
- Sydney Hospital nas emergências.
-Vou a caminho.
Pouso o telemóvel e deixo as malditas lágrimas consumir-me, porque é que sempre que tenho algo bom na minha vida o universo me tira isso?
Encolho-me na cama e fecho os olhos, começo a adormecer até que a porta abre de rompante, abro os olhos e vejo o mesmo médico acompanhado pela minha mãe e a família do meu namorado, todos entram em silencio e sinto-me confuso, as operações nos filmes demoram mais tempo. A minha mãe agarra a minha mão e Liz senta-se ao meu lado, os irmãos de Luke encaram o chão e um deles tem algo na mão. Encaro o médico e este olha-me com tristeza.
-O que se passa?- sinto o meu coração a acelerar e a minha respiração torna-se irregular, isto é um ataque de pânico? Agora?
-Senhor Hood, não existe forma suave de dizer isto por isso vou dize-lo rapidamente, o seu namorado morreu durante a operação, fizemos tudo o que podíamos para o salvar.- sinto os meus olhos a encherem-se de lágrimas, sinto o meu coração a desfazer-se lentamente, como se cada pedaço que se desfaz cortasse os meus pulmões e me impedisse de respirar, sinto que os meus olhos carregam o oceano e que de cada vez que pestanejo perco o oceano todo, sinto que os meus órgãos estão a parar e que o meu corpo está a colapsar. As minhas mãos tremem e não consigo focar-me nas palavras da minha mãe, um dos irmãos do Luke aproxima-se de mim e entrega-me um pequeno papel, reconheço a letra de Luke e desdobro o papel. Tudo acontece em câmara lenta, apercebo-me que Michael está ao lado da minha mãe e que ele também tem lágrimas nos olhos, oiço a minha mãe e Liz a chorar e os irmãos de Luke estão sentados no chão a chorar. Limpo as lágrimas e leio as palavras escritas por Luke.
"Parar é morrer calum, nunca pares"
Luke, onde quer que estejas, por ti nunca vou parar.
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bem isto foi o fim da fic, provavelmente já estavam à espera mas eh.
digam-me se querem uma segunda temporada porque já tenho ideias para a escrever, mas só escrevo se quiserem.
O tailer da fic vai acompanhar o primeiro capitulo (se depois quiserem ver) mas ainda não o fiz
Se algum de vocês está com pensamentos suicidas ou em depressão a linha de apoio ao amigo em Portugal é esta: 239-72-10-10.
Nenhum de vocês está sozinho! Adoro-vos.
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Heaven - 1ª temporada
Roman pour AdolescentsElliot é um rapaz de 17 anos, tem um melhor amigo chamado Luke, por quem Elliot está estupidamente apaixonado, adora desenhar e pintar, talvez arte seja aquilo que ele vai fazer no futuro, porém Elliot não tem certezas de muita coisa, como o que vai...