Jhuly abriu os olhos com dificuldade. Sentia como se estivesse segurando o mundo sob seu corpo, olhou para os lados, estava em uma maca em um quarto de hospital, não havia ninguém ali.
Ela se levantou quase caindo sobre os aparelhos, seu corpo tremeu como se estivesse tendo uma convulsão, mas era apenas o impacto com o chão gelado.
Jhuly dava lentos passos em direção à porta, segurava-se na parede, pois sabia que se a soltasse suas pernas fraquejariam e ela iria de encontro ao chão.
Jhuly caminhava pelos corredores iluminados do hospital, sua cabeça girava, tudo a sua volta estava embaçado.
Ela andava sem rumo e com dificuldade, apenas à procura de um rosto conhecido em meio ao deserto. Para onde iria? Para Casa? Porquê estava ali? Perguntas sem respostas iam e vinha à sua cabeça.
Tudo estava calmo e silencioso até Jhuly se escorar na parede. Estava sem fôlego. Então ela ouviu o som de batidas na parede, ela encostou o ouvido na mesma tentando ouvir melhor. O que seria? Ela se perguntava aflita. Então as batidas se intensificaram cada vez mais até Jhuly ver e ouvir um estrondo.
A parede a sua frente fora derrubada, destroçada.
Duas formas negras e ao mesmo tempo iluminadas surgiram em meio a poeira e destroços, estavam lutando? Jhuly os olhava tentando compreender a situação mas estava ficando cada vez mais tonta, o barulho fizera seus ouvidos zunir.
Seria apenas alucinações suas? Ela estava perdida até ouvir uma voz no fundo de sua mente "Corra!", era uma voz masculina, ela nunca a tinha ouvido antes, e quando Jhuly pensou em fazer algo seus olhos foram de encontro com o par de olhos negros que a olhavam suplicantes.
Agora tudo estava claro, as formas negras que estavam lutando agora estavam nítidas.
Um homem loiro, alto e esguio segurava uma lâmina brilhante como fogo celestial em uma das mãos, ela estava direcionada ao peito de outro homem, esse porém tinha cabelos ainda mais claros, e olhos negros como a noite.
Jhuly consegui ver seus olhos, pois eram eles que a encaravam, se ela tivesse mais um segundo poderia ter certeza do que estava vendo.
Ele tinha lágrimas em seus olhos?
Mas antes que pudesse responder a sua própria pergunta, algo caiu à sua frente tornando tudo escuro novamente.********
Jhuly abre seus olhos e ver uma fresta de luz em meio a enorme escuridão, por essa luz ela tenta identificar onde está, não parecia uma casa nem nada do tipo.
Ela então começa a ficar nervosa, não sabia onde estava, nem o que havia acontecido, não fazia idéia do que era aquilo que ela tinha presenciado e se sentia dormente, estava com fortes dores em todo o corpo.
Ela usa toda a força que tem e tenta se levantar, estava deitada em uma cama, será que voltará a cama do hospital? Sua mente estava confusa, ela estava tão perdida em seus pensamentos que só notou a sombra parada a sua frente quando a mesma se mexeu.- Quem está aí!? - Ela pergunta assustada, a sombra continua lá, parada, nem se meche.
Jhuly tateia pela cama tentando achar algo para se defender mas nada aparece, ela então repete de novo.- Quem está aí? - A sombra então se meche, começa a vir em direção a Jhuly e quando passa em frente a fresta de luz seu rosto é revelado. Uma mulher. Jovem, alta, bonita. De cabelos ruivos e olhos azuis, ela sorri amigavelmente enquanto andava em passos lentos.
- Calma Jhuly, não irei lhe fazer mal.
- Quem... Quem é você?
- Eu? Bom, eu sou uma das poucas pessoas em que você pode confiar a partir de agora.
-Porque diz isso? O que está acontecendo? Me explique! - Diz Jhuly num fiasco de voz, ela estava apavorada, muito coisa havia acontecido em muito pouco tempo e seu cérebro não estava conseguindo raciocinar direito. Ela odiava parecer nervosa, mas naquele momento não havia como esconder.
- Se acalme querida, não é de mim que tem que ter medo, veja, meu nome é Callie, vou te ajudar, prometo.
Jhuly se prepara para responder, mesmo sem saber o que iria falar, quando um estrondo se escuta ao longe e ela se encolhe instantaneamente tentando se proteger de algo, ou de alguém.
Callie permanece imóvel e sorri quando uma segunda sombra aparece caminhando devagar em meio à escuridão, era uma silhueta masculina.
O modo como ele caminhava trazia certa paz a Jhuly, ele parecia calmo, como se todo aquele furacão de acontecimentos que afetavam Jhuly não estivesse o afetando também.
O homem se aproxima mais e para ao lado de Callie, quando seu rosto é revelado Jhuly prende a respiração, ele era belo. Mas não um belo comum. Ele tinha uma aparência ao mesmo tempo máscula e angelical, ele se parecia um pouco com Callie, mas tinha os cabelos loiros e os olhos negros mais belos que Jhuly já tinha visto em toda sua vida, suas feições mostravam calma, seu corpo, apesar de mal iluminado, parecia belo também.
Jhuly não sabia quem ele era, nem se queria seu bem, mas sua presença a incomodara de uma forma diferente e em vez de querer se afastar, ela quis se aproximar ainda mais.- Olá, Jhuly. - Sua voz masculina, rouca e um tanto sexy pronúncia o nome de Jhuly de forma encantadora.
A chegada dele, a sua voz... Tudo soava extremamente protetor.
Jhuly sentiu como se já o conhecesse, ela não teve medo e enfim, respondeu.
- Olá.
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Penas de Outono
RomanceVocê já teve a estranha sensação de pertencer a um único lugar? Já se sentiu extremamente sozinha e ao mesmo tempo completamente observada? Jhuly tem esse sentimento constantemente, mas e se isso não for somente um sentimento, e sim, um fato...