Dimensões

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" Olá Will!!! Nunca achei que ficaria tão feliz em poder escrever em você novamente, quer dizer, nada contra  você mas é que momento você é a única... coisa, que ainda está comigo que de fato é meu e que eu conheço.
Todas minhas coisas foram perdidas e somente a você a Callie conseguiu salvar.
Não, eu não fui roubada nem nada do tipo, eu só sofri um acidente, acordei num hospital, vi uma luta de duas "coisas" estranhas, uma terceira coisa estranha caiu em cima de mim e eu bati com a cabeça, quando acordei estava numa segunda cama, num lugar onde parece não haver energia elétrica e conheci duas pessoas que mais parecem esculturas de tão belos que são.
Na verdade eu estou achando que eu acabei morrendo no acidente e que isso aqui é o que nos espera depois da vida, hum, será?
É eu tô falando asneiras, né?
Acho melhor eu ir porque a Callie está me observando, segunda vez que ela faz isso desde que a gente se conheceu. Péssima mania eu sei."

- Eu mandei a senhorita tomar um banho e você já pegou essa caneta não sei de onde e foi escrever?

Jhuly ficou calada e sorriu travessa, na verdade ela já tinha feito muitas outras coisas. Tomara o banho mais rápido de toda sua vida e fora vasculhar pelo local.
Não deu pra ver muita coisa, pois o local está sem iluminação, mas ela percebeu que parece estar em um casarão, enorme.
No fim de seu passeio o máximo que ela achou foi sua caneta e resolveu usa-la para escrever. Um pouco antes de manda-la para o banho Callie lhe entregou sua bolsa, suja, rasgada com apenas o diário dentro.

- Desculpe - me, eu achei essa caneta em cima de uma cômoda.

- Tudo bem, venha comigo, vou te apresentar ao seu quarto.

- Tá bom. - Jhuly estava nervosa, agora que estava conseguindo pensar melhor estava achando que aqueles dois estavam a seqüestrando, ela só não sabia pra que, mas ela acreditava muito nessa teoria, ela tinha várias outras teorias, ainda estava com medo, porém mais calma.

Callie a levou até o andar de cima, elas subiram uma grande escada que e depois de andar mais um pouco elas entraram em um quarto, era grande, quase que sem luz como o resto da casa, um pouco vazio, porém bem organizado ao estilo que Jhuly gostava, como se eles já soubessem que ela chegaria e tivessem arrumado tudo pra ela, pensar nisso a causou calafrios.
No quarto haviam uma cama de casal, um guarda roupas, duas cômodas, um enorme espelho bem parecido com os dos séculos passados, os móveis tinham uma aparência antiga, pareciam ser feitos de madeira bruta, uma porta, que provavelmente dava para um outro banheiro e um lustre que era o que dava a pouca iluminação que o quarto tinha.
O papel de parede era o mais precário do quarto, um pouco descascado, assim como o piso do chão.
E o pior de tudo era que apesar de o quarto ser aconchegante não havia uma janela ou qualquer outro meio de Jhuly poder escapar, e ela não sabia se questionava aquilo ou as outras várias perguntas que tinham em sua cabeça.

- Eu... eu vou ficar aqui? - Jhuly tentou conter o nervosismo perceptível em sua voz.

- Vai.

- Mas porque? Se queres me matar não precisa de tudo isso - E Callie riu, pela primeira vez desde que Jhuly havia chegado, diferente do que Jhuly havia imaginado seu riso não era macabro, pelo contrário, tinha um som bonito de se ouvir.

- Se eu quisesse lhe matar eu teria a deixado no hospital. Agora durma bem Jhuly. - Disse Callie depois que parou de rir e em seguida saiu fechando a porta, deixando Jhuly sozinha.

Jhuly estava muito exausta, porém não queria se deitar, ela tinha medo de dormir e não acordar mais. Ou pior, acordar num lugar tão ou mais esquisito que este.
Ela começa a caminhar pelo quarto de um lado para o outro tentando conectar as coisas. Seria um sonho? Pensou ela, então parou diante do espelho e olhou para o seu reflexo, ela estava bonita, apesar do cansaço aparente em seu rosto, pouco disfarçado pela pouca luz que o lustre produzia no ambiente.
Seus cabelos estavam mais bagunçados do que nunca, porém estavam belos, a pouca luz do quarto fazia com que seus cabelos cor de mel ficassem mais escuros, beirando o chocolate.
E seus olhos azuis escuros estavam mais escuros, assim como o azul do céu a noite.
Jhuly não era alta, mas também não era baixinha, era magra, sem muitas curvas e bela, apesar de nem sempre reconhecer sua beleza.

Penas de OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora