A mente de Jhuly entrara em curto circuito, logo ela a que tanto perguntava, a curiosa, permanecia calada.
Ao mesmo tempo que achava tudo aquilo uma loucura ela também acreditava, mas precisava de provas.- Você pode provar que eu não sou humana? - A voz de Jhuly soou fraca e baixa, levou alguns segundos para Will perceber que ela estava falando com ele, ela já estava a tanto tempo calada que ele havia até se esquecido, momentaneamente, de tudo que tinha dito a ela.
- Bom, ainda não, não sei quais são os seus poderes Jhuly. Mas vamos descobrir em breve. - Ele fez uma pausa e virou o rosto de Jhuly para que o encarasse novamente, por causa do choque Jhuly não conseguiu manter contato visual com ele por muito tempo e tinha se virado de frente para a água. Agora ela voltava a o encarar, ela pôde ver, no fundo do seu olhar... Ele estava sendo sincero. - Isso não é uma prova concreta mas...Você tem um apego muito grande por Atlanta, nunca consegue passar muito tempo longe daqui, sabe porquê?
O teu instinto, o teu instinto sob humano sabia que de alguma forma um dia você ia exercer o seu papel como uma pessoa sobrenatural e isso precisava acontecer aqui, pois foi aqui que tudo começou... Por isso, você não podia estar longe pois era possível saber que iria acontecer, mas não quando aconteceria.Sim, era exatamente assim que acontecia, aquilo fazia sentindo, mas era assustador, por outro lado... Ela tinha poderes... Jhuly não sabia se ficava feliz ou assutada, por fim a mesma apenas suspirou, cansou de pensar e tentar juntar aquele quebra-cabeças que ainda tinha pouquíssimas peças.
Ela abaixou a cabeça e deixou a mesma descansar sobre o ombro de Will, em questão de minutos seu corpo sucumbiu ao cansaço e ela dormiu ali mesmo.
Aquilo deixou Will confuso, isso era evidente em sua face, mas ele a abraçou, a trazendo para mais perto. Não sabia direito onde colocar as mãos, ele ficava um tanto quanto tímido quando estava tão perto de Jhuly, algo extremamente estranho.
Por fim ele decidiu colocar suas mãos sobre a cabeça da garota, acariciando seus cabelos de leve, um ato simples e singelo.Quem via de longe devia sorrir, era uma cena tão bonita, porém, em vez de sorrisos em sua face pôde ser visto um outro sentimento, um sentimento que não tinha nada a ver com um sorriso.
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Will observava Jhuly aos berros deitada na cama, ela soava como se estivesse dentro de um forno, arranhava os lençóis e se debatia, estava tendo outro pesadelo.
Ele a assistiu em seus momentos de tortura por algum tempo, Deus sabia o quanto ele se controlava para não acorda-la e tira-la desse inferno.
Mas não podia, isso era um castigo dos Arcanjos, um castigo de deveria ser dado a Will, mas sabiam qual era a melhor maneira de feri-lo e então os direcionaram a Jhuly.
A cada noite, ao ver suas pálpebras se fecharem e Jhuly adormecer, Will sentava-se à poltrona ao lado de sua cama e observava seu peito subir e descer calmamente, até ela se agitar e começarem os gritos.
Estava chovendo, o céu estava negro como o inferno, a única luz era o relâmpago dos raios, o som dos trovões era ensurdecedor, dava a entender que a terra estava sendo repartida ao meio. Enquanto pensamentos negros tomavam conta de sua cabeça, Will escutou as venezianas da janela se abrirem com um baque.
Automaticamente ele se levantou em um pulo com sua lâmina celestial na mão, esse era o único bem que pudera levar consigo quando abandonou seu lar. Ele já sabia como agir, fora treinado para ser um guardião, e fora por um milênio, antes de conhecer Jhuly. Outrora sentira uma presença maligna aos arredores da barreira mágica, mas achou que não seria nada muito perigoso, não até agora, não até ver os corpos de mundanos pendurados em árvores à frente da mansão.
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Penas de Outono
RomanceVocê já teve a estranha sensação de pertencer a um único lugar? Já se sentiu extremamente sozinha e ao mesmo tempo completamente observada? Jhuly tem esse sentimento constantemente, mas e se isso não for somente um sentimento, e sim, um fato...