Rejeitada

Liz

    Acordei bem cedo, tomei um banho e decidi que iria voltar ao parque para ver se encontrava Liz. Realmente não sei o porquê eu me interessei tanto por essa menina, mas há algo nela que não sei explicar, apenas me faz bem. Então comecei a me arrumar, coloquei um short azul claro, uma camiseta preta do nirvana e um tênis vermelho, fiz um coque em meu cabelo que fiquei parecendo um abacaxi e montei minha mochila, pretendia passar o sábado inteiro por lá, é um ótimo lugar para pensar e relaxar, acho que é pelo fato de não ter ninguém, nem barulho de carros, nem nada.

    Terminei de arrumar minhas coisas ainda era cedo, minhas irmãs estavam dormindo, meu pai já tinha saído para trabalhar e "minha mãe" estava na cozinha preparando o café. Passei lá para pegar algo pra comer e também para colocar na mochila, porque como pretendo ficar bastante tempo por lá sei que vou sentir fome.

- Vai sair? - Pergunta, enquanto passa o café.
- Sim. - repondo, terminando de colocar as coisas na mochila.
- Posso saber onde vai?
- Caminhar. - eu penso seriamente em responder, pela primeira vez ela parece se importar, mas não entendo o porque, então eu não digo onde realmente vou, até porque Liz pediu pra guardar segredo. - Não me espere, eu devo demorar a voltar.
- Marie, podemos conversar?
- Agora não dá tenho que ir. - pego a mochila e saio, o dia está lindo e não quero estragá-lo tendo uma conversa desconfortável.

   Realmente, não dá pra entender, como assim ela agora quer conversar comigo, parece se importar, está me tratando normal, eu realmente não consigo entender. Agora que eu sei da verdade, quer dizer, de quase toda a verdade, o caminho está livre para que ela me ignore definitivamente, sem necessidade de explicação. Enfim, não quero mais pensar sobre isso agora, partiu parque e relaxar!!

***

   Chegando no parque como esperado não tinha ninguém, pensei comigo mesma "ótimo", pois achei que poderia ter alguém pelo fato de ser sábado. Então vou até o fim do parque na esperança de ver Liz, mas chegando lá me deparo com nada, não havia ninguém. Tinha pego uma canga antiga de caveirinhas para poder forrar o chão e me sentei, o vento estava forte, dava até para ouvir seu som. Eu estava apaixonada pela calmaria do lugar, resolvi me deitar para ficar mais a vontade, até que meu celular começa a tocar, e quando olho no visor é Luk com uma foto dele que ele intruso pegou meu celular tirou e salvou. Eu pensei em ignorar porque se ele perguntasse onde estava não poderia responder, mas atendi porque fiquei curiosa em saber o que ele queria.

- Oi.
- "Oi linda, como está?" - pergunta animado.
- Bem bem, e você?
- "Também. Vamos nos ver estou com saudade! (silêncio)... Que vento é esse? onde está?"
- Que horas? Estou correndo meu bem.
- "Aaaaah sim. Porque não me chamou pra correr com você? Tu sabe que eu curto bastante."
- Desculpa, resolvi de ultima hora e saí correndo antes que desanimasse.
-"Certo, então, podemos nos encontrar ás 17 horas?"
- Não vou ter chegado...
-" Chegado de onde?" - diz ele me interrompendo.
- Não não, me desculpa eu confundi, é que amanhã vou sair com meu pai e esse horário não vou ter chegado... Mas aqui, 17 horas é muito cedo, o que quer fazer?
- "Nada demais, só queria te ver e passar um tempo com você."
- Owwwn, mas pode ser as 19 horas?
- "Não vai ficar tarde?"
- Não não, é tranquilo.
- "Então até mais tarde!"
- Até, beijos.
- "Beijos linda."

   Luk é realmente o cara mais fofo que eu conheço, ele é meigo e se preocupa e não tem vergonha de demonstrar. Me senti mal por ter mentido para ele, porque pelo que saiba ele nunca mentiu pra mim e ele não merece isso, mas como já disse não posso falar desse lugar com ninguém. Volto a deitar para sentir o vento me tocar, fecho meus olhos, coloco meus fones e começo a escutar Linthium da banda Evanescence, eu não consigo ouvir essa música sem cantar junto, mesmo sabendo que não canto bem, eu canto o mais alto que consigo, até porque ninguém pode me ouvir. Na minha parte favorita da música eu sinto um chute na cintura e quando abro meus olhos é Liz. Me assusto com o que vejo e me levanto rápido pra tentar entender o que estava acontecendo quem era aquela garota parada perto de mim, se realmente era a Liz que eu havia encontrado da última vez.

- Oi garota suicídio. - Diz ela com um sorriso no rosto.
- Oi, o que houve com você? - pergunto espantada.