Como te agradeço?

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   Liz ficou um período de tempo em silêncio antes de me responder, enquanto isso eu a observava, ela ainda estava com aquele sorriso lindo, mas ele estava vazio, ela estava vazia. Não era a mesma menina que havia encontrado antes, sem contar que ela tinha ematomas em seus braços, pois dava pra ver porque ela estava de camiseta branca. Também tinha ematomas no canto da boca. Pude reparar também o corte em sua testa. Era nítido que havia acontecido algo de ruim, comecei a pensar várias coisas como ela apanhar dos pais (ultimamente eu estou com um pensamento que tudo de ruim que acontece é culpa dos pais, tenho motivos pra isso) enfim, imaginei até que poderia ser namorado ou algo do tipo. No meio de minha vasta imaginação Liz me interrompe começando a falar.

  - Eu estava andando de moto e sofri um acidente.

Ela disse isso sem olhar nos meus olhos e se sentando em minha tenda. Eu não senti confiança em sua fala. Era óbvio que ela estava mentindo, então eu fui fazendo perguntas como se estivesse acreditando.

  - Sério? Como isso aconteceu?
  - Eu estava dando voltas e por alguns segundos perdi o controle da moto. Então eu caí.
  - Isso aconteceu do nada? Quando foi?
  - Ontem. Sim do nada.
  - O hematoma em sua boca, como foi?
  - Eu bati na queda.

   Eu senti que as respostas estavam banhadas de mentira, mas eu não queria me intrometer igual ela fez comigo, então eu apenas parei as perguntas e fiquei encarando ela sem dizer nada. Ela estava olhando para a cidade, mas conseguia perceber que eu a encarava. Até que então, sem virar os olhos pra mim, continuando com seu foco na cidade, ela me perguntou.

  - Maah, você conseguiu resolver os seus problemas?
  - Não. Mas algumas coisas já foram esclarecidas porque?
  - E você acha que o seu suicídio ia valer a pena mesmo sabendo de algumas coisas já?
  - Não. Eu enxerguei que sou melhor, você me ajudou a enxergar. Não sei como te agradecer por isso.
  - Eu sei. - ela disse isso e no mesmo momento parou de olhar para a cidade e focou seus olhos nos meus.
  - Como? - Perguntei a encarando.
  - Eu não posso dizer ainda. Mas não se esqueça você me deve uma e como você mesma disse que não sabe como agradecer, eu tenho a solução pra você.
  - Porque não pode dizer? Fala de uma vez e eu já faço logo. - eu disse desconfiada
  - Não, ainda não. Eu preciso pensar direito. Volte aqui amanhã. Vou te esperar as 15 horas em ponto aqui. Não se atrase. - ela diz se levantando e indo embora.
  - Ei!! - Gritei. - Eu sei que isso não foi um acidente.

   Ela sorri e mais uma vez dá as costas pra mim. Fico a observando ir, ela manca um pouco com a perna esquerda e por isso anda devagar. Quando já está longe ela se vira novamente e grita:

  - Ei garota suicídio traga luvas quando vier amanhã! - então ela se vira e vai embora.

   O que? Luvas? A temperatura aqui está de torrar! Pra que luvas?! Fiquei encucada com isso mas deixei pra lá. Abri minha mochila pra pegar um sanduíche pra comer e quando olhei as horas eram três horas da tarde ainda. Então terminei de comer fiquei mais alguns minutos sentada olhando a cidade e decidi ir embora, até porque ainda tenho que sair com Luk, e quero chegar em casa tomar um banho e ter calma pra me arrumar. Juntei as minhas coisas e estava indo embora até que vejo um homem vindo em minha direção, ele parecia um pouco irritado. Até que ele chegou perto de mim.

  - Ei você viu uma menina aqui de cabelos cacheados com uma camiseta branca? - ele pergunta com um tom de voz furioso.
  - Não porque?
  - Não te interessa. - ele se vira e sai andando.

   O que será que esse homem quer com Liz? Será que ele tem haver com os ematomas dela?! Não sei porque, mas eu não senti confiança em falar a verdade pra ele, então simplesmente menti. E agora sim vou embora do parque, não levou muito tempo para que eu chegasse em casa. Não me deparei com meus pais, ainda bem, se não seria obrigada a ignorá-los. Subi para o meu quarto e liguei o computador pra colocar músicas pra tocar enquanto me arrumo. Tomei banho e me arrumei, coloquei um short pois estou com muito calor, uma camiseta cinza e um chinelo que tem apenas uma tira grossa em cima escrito "Adidas". Fico pronta e são seis horas ainda, eu marquei com Luk as sete, então como vai demorar muito decido mexer no computador enquanto isso. Entro no meu Facebook e não tem nada de interessante então peguei meu celular e me deitei. Coloquei Evanescence pra tocar e fui para o whatsapp.

Marie: Gente?

Mandei no grupo meu e dos meninos. Já tinha um tempo que não conversava com eles.

DJ: Quem é vivo sempre aparece!
Marie: oi pra vc tbm DêJota.
Marie: cadê todo mundo?
Krist: estou aqui.
Jaden:  aqui tbm
Marie: como vcs estão?
Jaden: tô bem
DJ: eu tô bem tbm e vc?
Marie: bem eu acho.
Krist: Hmm.
Marie: o que foi que você está esquisita Krist?
Krist: nada.
DJ: Vcs deviam conversar...

   Achei a atitude de Krist muito estranha, ela não é de poucas palavras comigo, muito menos de me mandar "Hmm"!! Então liguei pra ela, já era seis e meia, mas dá tempo.

  - Oi. - ela atendeu seca.
  - O que aconteceu?
  - Nada porque?
  - Não finge Krist eu te conheço. Você não é de poucas palavras comigo, tampouco me mandar "Hmm", sem contar que DJ disse que a gente tem que conversar. Fala logo o que aconteceu?
  - Você Maah, parece que não se importa mais. Desde aquele dia que ficou o dia todo sumida que eu não sei mais o que é conversar com você. Tu some do nada, não pergunta nada. Não dá notícias. Sinto falta da minha amiga que tava comigo o tempo todo e que conversava comigo quando tinha problemas. Eu fui na sua casa duas vezes e você não estava. Onde tem ido que não fala nada e apenas some?
  - eu saio pra caminhar apenas. - eu não posso contar pra Krist sobre o parque me sinto triste com isso porque ela ia amar lá. Então continuo. - Tem muita coisa acontecendo aqui em casa e eu preciso sair às vezes pra esfriar a cabeça.
  - E porque não vem aqui pra casa e a gente conversa? Antigamente quando você tinha problemas o primeiro lugar que você ia era pra minha casa e vice versa.
  - Eu sei disso. Não te procurei porque não quero conversar sobre isso, não por enquanto. Espero que entenda.
  - okay.
  - Você vai mesmo ficar fria assim?
  - eu tô normal Maah, o que você quer que eu fale.
  - Nada. Eu vou desligar tenho que encontrar com Luk. Beijos.
  - Tchau.

   Na real eu queria sim, queria que ela me dissesse algo, qualquer coisa. Eu sinto muita falta de me desabafar com Krist ela é minha melhor amiga, meu porto seguro. Tenho que dar um jeito nessa história com ela.
Luk me liga dizendo que já está em frente minha casa.

****

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE:::
   Bom gente depois de UM ANO eu voltei a escrever a história, peço mil desculpas por isso, mas eu realmente estava com um bloqueio imenso de um jeito q não fazia ideia de como continuar a história. Enfim comentem aqui o que acharam do capítulo e se querem que eu continuo... Obrigada, um grande​ beijo!! ❤

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⏰ Última atualização: Dec 04, 2017 ⏰

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