Capítulo 7

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P.O.V Peeta

– Eu não devia ter dado ouvidos a você, Peeta. – Finnick disse aflito, andando pela sala de sua casa.

– Claro que não devia. – Annie disse vindo da cozinha. – Você sabia que a situação era frágil, e mesmo assim decidiu deixar com que Peeta se aproximasse dessa forma de Katniss.

– Sabemos que ele realmente não teve culpa sobre o que aconteceu entre os dois, Annie. Por isso decidi tentar ajudar. – falou parando de andar.

– Nós não sabemos. Você decidiu acreditar na palavra dele. – rebateu, olhando a tela de seu celular. – E mesmo que Peeta não tenha culpa. Para a Katniss, ele tem, e isso é o suficiente.

– Eu ainda estou aqui... – disse erguendo a mão rapidamente.

– Notável. Porém a Katniss não está. – retrucou, digitando em seu iPhone. – Já faz quase vinte e quatro horas que ela sumiu.

Passei as mãos por meu rosto, esfregando-as com força em minha pele.

– Precisamos colocar uma equipe de buscas atrás dela. – opinei, colocando-me em pé.

– Não é a primeira vez que lidamos com isso, Peeta. Você não precisa nos ensinar como cuidar dela. – Ann rebateu novamente, me fazendo ficar calado.

Katniss era o ponto fraco de Annie. Isso era notável desde que a conheci. A diferença de um ano de idade era o suficiente para que Ann sentisse como se fosse a irmã mais velha que Katniss nunca teve.

Sendo assim, toda a simpatia que Annie Odair demonstrara comigo nos nossos últimos encontros havia se esvaído desde ontem à noite, que foi quando ela soube sobre o quase monólogo que Katniss havia tido comigo.

Alguém bateu na porta, e meu coração deu um salto, talvez na esperança de que Katniss houvesse decidido aparecer.

Finnick quem abriu, revelando Gale e Madge, que entraram rapidamente.

– Fomos novamente até o apartamento dela. Katniss não apareceu ainda. Está tudo como antes. – Madge disse caminhando até Annie.

– Equipe de busca não vai adiantar. Ela sabe procurar alguém, então é perita em se esconder. – Finnick finalmente me respondeu ao perceber que Annie não o faria.

– E como vocês fazem para encontrá-la? – perguntei.

– Depende do grau da crise. – Madge respondeu sem me olhar, pois estava concentrada em seu celular. – Faz alguns meses que Katniss está estável, então acredito que ela só queira ficar sozinha um pouco. Esse martírio para nós dura em torno de dois dias. – ela ergueu o olhar em minha direção. – Mas caso tenha desencadeado uma crise emocional mais elevada, vamos ter que revirar cada canto de Nova Iorque atrás dela.

– Como assim? – questionei.

– Dura em torno de dois dias, porque ela decide voltar. – Gale respondeu. Sua voz estava rouca, e mais grave que o normal. – Mas se for algo grave, Katniss não volta, e nós temos que acha-la.

Engoli em seco ao pensar em Katniss completamente desorientada andando sem rumo.

– Isso aconteceu muito? – perguntei.

– Uma única vez. – Annie respondeu. – Um mês depois que você foi embora. Foi quando eu a trouxe para casa, e ela começou a se tratar com remédios e sessões no psiquiatra. Ficou de licença até se estabilizar. Enquanto isso os advogados dela resolviam sobre a venda da antiga casa de vocês e te mandava os papeis de venda e do divórcio. – ela respirou fundo. – Quando você chegou a delegacia, fazia apenas nove meses que Katniss havia retornado realmente a sua rotina normal.

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