Capítulo 5

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- Devagar, meu anjo. - Peeta pediu.

- Eu estou devagar, querido. - falei manhosa, soltando um resmungo em seguida.

- Está sentindo dor, não é? - questionou aflito.

Senti sua mão direita apertar minha cintura.

Havíamos acabado de chegar do hospital. Peeta me abraçara de lado assim que levantei da cadeira de rodas emprestada, dando-me apoio para conseguir andar.

Eu havia levado meu primeiro tiro em campo. Minha coxa esquerda sofrera pequenos danos nos músculos, mas que eram reversíveis, se eu me cuidasse da maneira correta.

- Um pouco. - respondi, sentando-me em seguida.

Peeta puxou a mesa de centro, e colocou uma almofada. Cuidadosamente ele repousou minha perna, para mantê-la esticada.

- Você quer alguma coisa? - seus olhos azuis estavam agitados, e suas sobrancelhas estavam franzidas.

- Sim. Que você aquiete seu traseiro, e sente-se comigo. - pedi, batendo a mão no sofá, indicando que o queria sentado ao meu lado direito.

Peeta deu um sorriso torto, e sentou-se. De maneira delicada, senti seu braço passar sobre meu ombro, e ele me puxou para perto, deixando minha cabeça encostar próximo ao seu peito.

- Você quase me matou de preocupação. - confessou, acariciando meu braço.

Soltei uma risadinha.

- Não seja dramático, amor. - disse, repousando minha mão sobre seu abdômen. - Eu sempre vou voltar pra você.

- E eu pra você. - respondeu, soltando sua respiração de uma vez. - Prometo que enquanto eu estiver por perto, jamais deixarei que você se machuque assim novamente.

Ergui minha cabeça para olha-lo.

- Eu acredito em você. - sorri. - Sinto-me protegida ao seu lado.

Finalmente Peeta abriu um sorriso sincero, e curvou-se em minha direção.

- É para isso que vim ao mundo. Para cuidar de você.

Ainda sorrindo, ele colou seus lábios nos meus.

~||~

Eu estava em pé observando a vista que o prédio do hospital proporcionava, enquanto Peeta Mellark dormia, completamente sedado atrás de mim.

Odiava essas lembranças que invadiam minha cabeça. Simplesmente me desestruturavam, deixando-me presa em minha própria mente.

- Você está bem, princesa? - a voz de Gale me despertou, fazendo-me virar para olha-lo.

Ele veio em minha direção, me abraçando em seguida.

Não rejeitei o abraço. Pelo contrário. Meus braços o apertaram, enquanto minhas mãos seguravam sua camisa.

Eu prometi a mim mesma que não choraria, por isso apenas mantive-me assim, com o ouvido encostado em seu peito.

- Katniss. - Gale me chamou pelo nome, acariciando minhas costas carinhosamente. - Fala comigo, princesa. - pediu.

- Pode ser depois? - perguntei quase em um sussurro, fechando os olhos.

- Claro. - respondeu, apertando-me um pouco mais entre seus braços.

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