Capítulo 16

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– E ai? – Peeta perguntou ansioso, vindo de encontro a mim, enquanto eu saía do nosso banheiro.

Neguei com a cabeça de maneira lenta, tentando não demonstrar minha decepção, mas eu sabia que era impossível.

– Tudo bem. – ele disse segurando meu rosto com as duas mãos, e repousando seus lábios carinhosamente em minha testa.

– Não está, amor. – minha voz saiu fraca, enquanto eu fechava meus olhos com força. – Estamos tentando há meses. E se o problema for comigo? – senti as lágrimas se formarem por baixo de minhas pálpebras.

– Olha pra mim, meu anjo. – a voz de Peeta soou firme, fazendo-me abrir os olhos, e deixar com que as lágrimas caíssem. – Não tem nada de errado com você. – ele as secou rapidamente.

– Eu quero ir ao médico. – mordi meu lábio inferior com certa força. – Quero saber o que está acontecendo.

– Não acho que seja necessário, querida. – as mãos de Peeta desceram até meus ombros.

– É sim. Eu preciso saber, Peeta. – pisquei lentamente, sentindo o medo me corroer por dentro.

Não sabia o que realmente aconteceria se eu não pudesse engravidar, mas a insegurança me fazia pensar em um milhão de coisas que não eram nem um pouco felizes.

– Tudo bem, amor. Eu vou marcar um médico pra nós dois. – ele abriu um pequeno sorriso, selando nossos lábios.

~||~

– Por que marcar médico tão cedo? – deixei que minha cabeça pendesse pra trás, encostando no descanso do banco do carro de Peeta.

Em minha cabeça a lembrança da última vez que fui ao médico com Peeta estava fresca, deixando-me desconfortável.

A partir dali tudo começou a ruir ao meu redor. Dias depois eu descobria da minha quase infertilidade, afinal 10% de chances em 100%, não é muita coisa.

– Porque era o único horário pra hoje. – Peeta respondeu, tirando-me de meus pensamentos.

Virei a cabeça para olha-lo.

Ele estava nervoso. Era nítido pra mim, como se estivesse escrito em sua testa.

Peeta estava atento a rua, e mal mexia seu corpo, a não ser quando necessário. Os nós de seus dedos ficavam esbranquiçados, sendo enquanto ele segurava o volante, ou o câmbio de marcha.

– Você poderia, por gentileza, colocar o cinto de segurança? – sua voz soou com uma ponta de sarcasmo, fazendo-me revirar os olhos.

Desencostei a cabeça, e puxei o cinto, prendendo-o sem muita vontade.

– Você consegue perceber que me fez acordar cedo em pleno sábado? – reclamei olhando pela janela, observando o grande fluxo de carros. – Sem contar que vamos ficar o dia todo na rua, por culpa do transito.

– Tomou café? – questionou, ignorando completamente o que eu dizia.

Suspirei cansada, virando a cabeça para olha-lo.

– Não. Eu mal acordei, Mellark.

Peeta parou o carro no semáforo. Em seguida soltou o cinto, e se esticou até o banco traseiro.

– Comprei caso sinta fome. – ele estendeu um saquinho de padaria e um copo de papelão em minha direção. – Sei que você não tem comido de manhã. Mas se quiser, é todo seu. – Peeta percebeu que eu não pegaria, por isso o mesmo colocou o copo com cuidado entre minhas pernas, e o saco sobre meu colo. – De nada. – falou sarcasticamente, prendendo o cinto novamente.

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