– E ai? – Peeta perguntou ansioso, vindo de encontro a mim, enquanto eu saía do nosso banheiro.
Neguei com a cabeça de maneira lenta, tentando não demonstrar minha decepção, mas eu sabia que era impossível.
– Tudo bem. – ele disse segurando meu rosto com as duas mãos, e repousando seus lábios carinhosamente em minha testa.
– Não está, amor. – minha voz saiu fraca, enquanto eu fechava meus olhos com força. – Estamos tentando há meses. E se o problema for comigo? – senti as lágrimas se formarem por baixo de minhas pálpebras.
– Olha pra mim, meu anjo. – a voz de Peeta soou firme, fazendo-me abrir os olhos, e deixar com que as lágrimas caíssem. – Não tem nada de errado com você. – ele as secou rapidamente.
– Eu quero ir ao médico. – mordi meu lábio inferior com certa força. – Quero saber o que está acontecendo.
– Não acho que seja necessário, querida. – as mãos de Peeta desceram até meus ombros.
– É sim. Eu preciso saber, Peeta. – pisquei lentamente, sentindo o medo me corroer por dentro.
Não sabia o que realmente aconteceria se eu não pudesse engravidar, mas a insegurança me fazia pensar em um milhão de coisas que não eram nem um pouco felizes.
– Tudo bem, amor. Eu vou marcar um médico pra nós dois. – ele abriu um pequeno sorriso, selando nossos lábios.
~||~
– Por que marcar médico tão cedo? – deixei que minha cabeça pendesse pra trás, encostando no descanso do banco do carro de Peeta.
Em minha cabeça a lembrança da última vez que fui ao médico com Peeta estava fresca, deixando-me desconfortável.
A partir dali tudo começou a ruir ao meu redor. Dias depois eu descobria da minha quase infertilidade, afinal 10% de chances em 100%, não é muita coisa.
– Porque era o único horário pra hoje. – Peeta respondeu, tirando-me de meus pensamentos.
Virei a cabeça para olha-lo.
Ele estava nervoso. Era nítido pra mim, como se estivesse escrito em sua testa.
Peeta estava atento a rua, e mal mexia seu corpo, a não ser quando necessário. Os nós de seus dedos ficavam esbranquiçados, sendo enquanto ele segurava o volante, ou o câmbio de marcha.
– Você poderia, por gentileza, colocar o cinto de segurança? – sua voz soou com uma ponta de sarcasmo, fazendo-me revirar os olhos.
Desencostei a cabeça, e puxei o cinto, prendendo-o sem muita vontade.
– Você consegue perceber que me fez acordar cedo em pleno sábado? – reclamei olhando pela janela, observando o grande fluxo de carros. – Sem contar que vamos ficar o dia todo na rua, por culpa do transito.
– Tomou café? – questionou, ignorando completamente o que eu dizia.
Suspirei cansada, virando a cabeça para olha-lo.
– Não. Eu mal acordei, Mellark.
Peeta parou o carro no semáforo. Em seguida soltou o cinto, e se esticou até o banco traseiro.
– Comprei caso sinta fome. – ele estendeu um saquinho de padaria e um copo de papelão em minha direção. – Sei que você não tem comido de manhã. Mas se quiser, é todo seu. – Peeta percebeu que eu não pegaria, por isso o mesmo colocou o copo com cuidado entre minhas pernas, e o saco sobre meu colo. – De nada. – falou sarcasticamente, prendendo o cinto novamente.
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Heartbeat
FanfictionA sua mente te diz que vai ser fácil. Que tudo o que aconteceu ficará no passado, sem perturbar o seu presente e atrapalhar o seu futuro. Porém seu coração bate mais rápido, sabendo que aqueles momentos irão detonar com seus neurônios, levando você...