- Será que você poderia por gentileza me ajudar? - pedi com falsa simpatia, sentando-me na beirada da minha mesa de madeira.
- Será que você poderia calar sua boquinha linda e me deixar trabalhar? - Peeta rebateu, fechando a porta atrás dele e andou até mim.
- Deixa de ser grosso, Peeta. - resmunguei quase manhosa. - Tá doendo.
Peeta revirou os olhos e me entregou a bolsa de gelo que ele havia pego na cozinha. Em seguida foi até o meu armário, em busca da caixa de primeiros socorros.
- Eu não deveria fazer isso. Você precisa de um médico de verdade. - disse voltando até mim, e colocando a maleta branca com uma cruz vermelha ao meu lado sobre a mesa.
- Que se dane o médico de verdade. Foi só uma torção. - retruquei, segurando o gelo contra meu pulso direito.
- E por que eu te ajudaria, se você é tão antipática? - rebateu, abrindo um sorriso.
- Porque a culpa foi sua. - ergui a sobrancelha, desafiando-o a dizer o contrário.
- Você me empurrou pra fora do seu caminho, pra pegar um ladrãozinho de bolsas. - disse abrindo a maleta.
- E você passou por mim correndo, me fazendo cair como uma policial daquele filme idiota, com policiais idiotas, que fazem coisas idiotas. - rebati franzindo as sobrancelhas. - Mas espera eu ficar melhor, pra você ver se não vai apanhar. - ameacei.
Peeta soltou uma risada gostosa.
- Não seja marrenta. - ele colocou as mãos sobre a mesa, prendendo-me entre seus braços.
Mordi o lábio inferior, e desviei o olhar quando notei que seus olhos brilhantes encaravam os meus.
- Você devia se afastar. - pedi em tom baixo.
Pela primeira vez Peeta não discutiu. Logo ele tirou suas mãos de perto de mim, e deu um passo para trás.
- Eu poderia ter te beijado agora. - Peeta sorrio, tomando a bolsa de gelo da minha mão, e segurou contra meu pulso.
- Poderia, mas não deve. - rebati.
- Eu sei. - ele abaixou a cabeça.
Ficamos em silêncio por alguns segundos.
- Você consegue fechar os dedos? - perguntou voltando a me olhar.
Os movimentei normalmente.
- E o pulso? - questionou. - Consegue dobra-lo?
Movimentei devagar, porém senti meus nervos repuxarem por toda a extensão do braço.
Fiz uma careta, o que Peeta pareceu usar como resposta.
- Eu vou enfaixar. Você coloca mais gelo durante a noite e enfaixe novamente. Caso amanhã esteja roxo, inchado, e os movimentos tenham piorado, eu mesmo vou te levar ao hospital. - Peeta disse com a voz firme, como se fossem ordens a um simples oficial.
Revirei os olhos, mas não retruquei.
O processo de pomada para lesões e enfaixar, foi silencioso. Suas mãos eram leves, o que reduzia a dor que eu ainda sentia.
- Obrigada. - agradeci quando Peeta colou a fita para prender a faixa.
- Se você ainda tiver em casa, use o imobilizador. - sugeriu guardando o que ele havia usado, de volta na caixa.
- Tudo bem. - respondi, observando-o andar até o meu armário.
- Por que não quis ir ao médico? - perguntou, voltando até mim.
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Heartbeat
FanfictionA sua mente te diz que vai ser fácil. Que tudo o que aconteceu ficará no passado, sem perturbar o seu presente e atrapalhar o seu futuro. Porém seu coração bate mais rápido, sabendo que aqueles momentos irão detonar com seus neurônios, levando você...