Festa

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P.O.V. Malena

Eu estava muito brava, triste e tonta ao mesmo tempo. Era uma mistura de sentimentos completamente diferentes e eu só tinha vontade de chorar, ou afundar minhas lágrimas em bebida. E por algum motivo que eu não sei, acabei optando pela segunda opção, mesmo eu odiando bebida alcoólica.

P.O.V. T3ddy

Malena já havia sumido há um tempo, então resolvi sair para procura-la. Depois de tanto tempo rodando por aquela festa, encontrei-a no lugar mais improvável do mundo: no bar. Cheguei perto dela e sentei num banquinho próximo ao balcão, assim como ela.

-Malena? Você ta bebendo? -Perguntei incrédulo
-Imagina! To trabalhando aqui no bar mesmo. -Respondeu ela num tom sarcástico porém grotesco.

Eu fiquei em silêncio, Malena nunca tinha falado com comigo desta forma.

-Perdão... -Disse ela cabisbaixa
-Sem problemas... -Respondi
-Mas então... Tá esperando o quê pra pedir seu primeiro drink? Isso é uma festa, você não precisa pagar hein? -Disse ela bebendo uma taça aparentemente de whisky
-Não to afim... Na verdade eu estava até te ver nesse estado deplorável. -Disse eu a encarando
-Eu... Acabei com meu namoro... -Disse ela com uma entonação baixa
-Como assim? Quando? Por quê? -Perguntei incrédulo
-Ele viu meus snaps, não gostou, me ligou e terminou. -Disse ela fazendo sinal para o barman, como se quisesse pedir mais alguma coisa.
-Ei Ma! Para com isso! Você tá se destruindo à toa. Não é o fim do mundo. -Disse eu fazendo carinho em seu rosto.

Ela começou a chorar. Naquele momento senti que uma tristeza me consumia por dentro. Não consigo ver minha loira nesse estado. O pior é que dessa vez, não era só compaixão de amigo, era muito mais que isso. As lágrimas rolavam pelo seu rosto, seus verdes olhos brilhavam, eu estava mais confuso do que qualquer coisa. Só consegui me aproximar e beija-la. Fiquei com medo de ela não gostar, mas ela retribuiu. Se bem que ela estava tão carente e bêbada que era de se esperar. O beijo era longo e calmo, eu passaria uma eternidade ali, era como se o beijo aliviasse a mente de ambas as partes, naquele momento eu esqueci completamente de tudo, eu só queria estar ali, com ela. Após um tempo nos separamos por falta de ar, mas fiquei pensativo depois. Por ela estar bêbada não tinha consciência de que estava ali, me beijando. Então eu me senti culpado, eu praticamente me aproveitei de um momento de fraqueza da mesma, e aquilo fazia eu me sentir horrível por dentro.

-Desculpa... -Disse envergonhado
-Desculpa pelo quê? -Perguntou ela
-Por se aproveitar de você num momento frágil... Desculpa mesmo -Respondi cabisbaixo
-Ei... Foi ótimo -Disse ela levantando meu rosto

Aquelas palavras foram como um convite para que eu voltasse à beija-la. Por mais que ela não lembre de nada disso depois, eu só queria aproveitar o momento. Foi o melhor beijo da minha vida. Sabe aquela sensação de somente beijar uma mulher qualquer numa balada? Pela primeira vez na minha vida eu não senti isso. Pela primeira vez na minha vida senti que eu realmente gostava da pessoa na qual eu estava beijando. Agora o problema é adivinhar se eu estava sentindo isso por ela ser minha melhor amiga, e eu sentir muito carinho por ela, ou se eu realmente sentia algo a mais por ela. Acho que fico com a segunda opção. Nos beijamos durante um longo período de tempo, até que nos separamos por falta de ar, novamente. Olhei em volta e vi que muitos de nossos amigos youtubers nos observavam, fiz sinal de segredo para eles e eles fizeram sinal de sim, com a cabeça. Malena me abraçou por pura carência, e eu apenas retribui, acariciando seus cabelos. Olhei o relógio em meu celular e já marcava 01:46 da manhã.

-Vamos pra cada baixinha -Disse olhando no fundo de seus olhos
-Mas já? -Perguntou ela
-Sim, já ta tarde. -Respondi
-Vai indo você que eu já vou depois! -Disse ela
-Ta louca? Não vou deixar você beber mais, muito menos dirigir depois! Você vai comigo pra minha casa! -Argumentei
-Aff, tá bom, mandão! -Disse ela com um toque de infantilidade, eu apenas ignorei, afinal ela estava bêbada. Apoiei-a em meu ombro e a levei até o carro. Fui dirigindo até minha casa, o carro era dela e nem minha carteira de motorista eu havia levado, se a policia nos parasse, eu estaria ferrado. Dirigi até meu condomínio, deixei o carro no estacionamento e fomos até o elevador.

-Lucas... -Disse ela
-Eu? -Respondi
-Muito obrigada por hoje... Eu nunca vou esquecer esse dia... -Disse ela me abraçando
-Pode apostar que vai -Respondi retribuindo o abraço e acariciando seus cabelos
-Ta querendo dizer que não foi especial? -Perguntou ela brava
-Não... É que você tá bêbada e amanhã não lembrará nem seu nome direito -Disse eu, rindo

O elevador abriu, entramos no meu ap, porém lá não tinha quarto de hóspedes.

-Pode dormir na minha cama... Eu durmo no sofá -Disse eu
-Lucas, eu to bêbada, mas não doente, você vai dormir na sua caminha e eu aqui no sofá, e não ouse tentar discutir comigo. -Disse ela determinada
-Mas o sofá é duro. -Disse eu
-Então dormimos os dois na cama, um de cada lado. Resolvido. -Disse ela, eu apenas concordei

Fomos para o meu quarto, dei a ela uma calça e camisa minhas de dormir, nas quais ficaram um pouco largas nela, vesti um pijama parecido e nos deitamos.

P.O.V. Malena

Nós deitamos cada um de um lado da cama, até que fomos chegando para o meio até nossas costas se chocarem. Senti ele se virando e ficando de frente para mim até que ele entrelaça nossos dedos, e dormimos de conchinha. Depois disso, apaguei.

A droga do amorOnde histórias criam vida. Descubra agora