Cap. 1

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CHELSEA POV

"Amor... Amor chegamos." Eu ouço alguém sussurrar no meu ouvido. Tento abrir os olhos e por momentos sinto-me atordoada com a luz a penetrar as minhas pálpebras. A claridade faz-me confusão por uns segundos até que consigo finalmente ganhar alguma consciência do espaço e tempo.

"Hum," Murmuro. Levanto a cabeça e posso observar através da pequena janela o solo Londrino. Barulho de vozes misturadas começa a chegar aos meus ouvidos e a minha cabeça a lateja. "Já chegamos?" Pergunto-lhe, analisando o seu rosto mais nítido agora.

Ela sorriu. "Vamos."

( . . . )

Desde que me lembro que vivo em Los Angeles mas, recentemente, a minha mãe foi transferida em trabalho para Londres, passando a chefiar um dos departamentos de cá, então acabamos por ter de nos mudar. Confesso que ao início não fiquei entusiasmada com a ideia, mas vai ser algo bom para ela e para a sua carreira. Para além disso, sei que ela faria o mesmo por mim.

É certo que vou estar a um oceano de distâncias dos meus colegas, amigos, dos locais que conheci desde pequena, da minha família materna, das histórias que deixei para trás... De qualquer das formas, uma mudança não pode ser assim tão má, certo?

Assim que saímos do avião a minha mãe olhou para mim, esboçando um sorriso que lhe tocou no olhar. Sinto a sua mão tocar na minha, puxando-me. As malas já tinham chegado e ela praticamente saiu a correr comigo atrás dela, entrando no primeiro táxi que nos apareceu á frente.

Andamos por cerca de 30 minutos até finalmente pararmos em frente a uma casa branca, larga, e com um enorme jardim na frente, rodeando um caminho em pedro que daria á porta principal.

"Mal posso esperar para ver a tua cara," A mulher sussurra, observando-me entusiasmada. Mal entramos, não consegui segurar o sorriso. A minha boca caiu aos meus pés á medida que o meu olhar explorava a casa. As paredes eram claras, assim como o chão, que se completava com a mobília branca e preta, compondo todo o espaço. Haviam umas escadas quase no centro, formando uma meia espiral que daria até ao segundo andar, no qual a minha mãe já se encontrava a gritar pelo meu nome. "Ultima porta ao fundo." Ela meia que exclama, ao qual eu assumo estar a referir-se ao meu quarto. Praticamente corro atrás dela, não me importando de ver mais nada a minha frente até conseguir abrir a porta respetiva. E... wow! O meu quarto em Los Angeles era lindo, mas este... oh meu deus! A cama estava no centro do quarto e havia um baú no inicio da mesma. As paredes brancas eram completadas com quadros em tons de azul, fazendo quase lembrar o mar. Ela conhece-me tão bem. A prancha de surf que eu costumava usar em LA estava num canto do quarto e eu quase desmaiei ao vê-la ali. Como é que ela a conseguiu trazer e eu não dei por nada? Havia um plasma preso numa das paredes e uma secretária por baixo da mesma. A próxima coisa que me chamou a atenção foi a varanda. Era suficientemente grande para eu poder perfeitamente passar noites aqui a o -

"Então?!" A minha mãe exclama, entrando repentinamente no quarto, tanto ou mais entusiasmada que eu. "Tenho bom gosto ou não tenho?" Expressou, claramente orgulhosa.

"Eu... Nem sei o que dizer," Digo-lhe honestamente. Ainda estou em estado de choque.

Eu e a minha mãe sempre fomos muito cúmplices, contavamos tudo uma à outra, tudo mesmo. Somos apenas nós as duas, o meu pai abandonou-nos quando eu tinha 10 anos e nunca mais ouvi falar dele. Foi dos momentos mais difíceis da minha vida. Custou-me muito, mas acabei por me habituar à idéia.

O resto do dia foi passado normalmente. A minha mãe encomendou pizza para o jantar e ainda tivemos tempo de ir ao supermercado comprar umas mercearias e material escolar visto que amanhã já vou para a universidade.

Para terminar a noite decidimos ver um filme e acabamos por adormecer as duas no sofá.

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