Cap. 42

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CHELSEA POV

As lágrimas estavam já secas no meu rosto e as minhas bochechas ardiam levemente. Acabou. Esgotei todas as lágrimas possíveis e imaginarias. Estou sentada no chão do meu quarto com a cabeça apoiada nos meus joelhos... estou aqui á vários minutos, talvez horas. Eu não sei. Perdi a noção do tempo. Sinto-me como se estivesse uma guerra a existir dentro de mim e eu já não tenho o meu porto-seguro para recorrer. Toda esta sensação é horrível e dolorosa... eu não desejo isto a ninguém.

Isto é  pior sensação do mundo. É como se me estivesse a afundar num poço fundo e não tivesse forças para sair de lá. Eu não me quero sentir assim...

Ele conseguiu partir o meu coração em apenas um segundo. Como?

Nunca ninguém me tinha feito sentir desta forma antes. Ele foi o primeiro rapaz a fazer-me sentir no paraíso e acabou por ser também o primeiro a fazer-me sentir a pior pessoa do mundo. Irónico, não?

O meu telemóvel ainda não parou de tocar. Eu nem sequer peguei nele porque calculo que seja o Zayn, e, sinceramente, eu não consigo sequer ver o nome dele no ecrã do meu telemóvel. Eu odeio-o! Odeio-o tanto!

Como é que ele foi capaz? - é a pergunta que ainda não deixou o meu pensamento.

Eu podia imagina-lo a fazer-me sofrer de várias maneiras, mas nunca isto. Eu realmente acreditei que ele gostava de mim. E viva á ingenuidade.

Sou tão parva.

Eu tenho de o tirar da cabeça ou vou acabar por me afogar nos meus próprios pensamentos. Nos meus dolorosos e desgastantes pensamentos...

Numa atitude completamente fora de mim, dirigi-me á casa de banho e tomei um banho rápido. De seguida, abri o guarda roupa e escolhi o meu melhor vestido. Era preto, decotado e justo. Dava-me mais ao menos até meio das coxas. Perfeito. Coloquei uma maquiagem leve nos olhos e preenchi os meus lábios com a minha cor preferida - o vermelho. Calcei uns saltos altos também vermelhos e estava pronta.

Recuso-me a ficar a chorar durante toda a noite. Ele não merece isso, e eu também não. Vou sair e vou-me divertir. Dei graças a deus mentalmente pelo facto de ser sexta feira, o que quer dizer que pelo menos durante dois dias não terei de olhar para a cara dele.

Só mesmo um lindo vestido e alguma maquiagem para disfarçar o meu estado interior - destruído e vazio.

Desci as escadas e estava prestes a sair de casa quando a minha mãe me impediu.

"Onde vais Chelsea?" Perguntou numa voz autoritária.

Oh shit.

"A uma festa com uns amigos" Menti.

Eu não sou muito boa a mentir. Principalmente à minha mãe.

Ela olhou para mim desconfiada, "Está bem, mas não voltes tarde" Pediu.

"Sim, não te preocupes" Respondi com um sorriso. Ela pegou no seu chá e sentou-se no sofá. "Ahn, mãe?"

"Sim?"

"Podes dar-me dinheiro para o táxi?" Pedi receosa. Ela vai matar-me por já ter gasto a mesada toda.

Ela bufou mas levantou-se e entregou-me dinheiro sem dizer uma única palavra. Acho que percebeu que eu não estava lá muito bem e decidiu não discutir comigo. Por mais que eu tente esconder, a minha mãe sabe sempre o meu estado interior. É impossível mentir para ela, ela conhece-me demasiado bem.

"Obrigada obrigada obrigada, és linda!" Disse-lhe enquanto a abraçava. Ele soltou uma risada baixa e voltou a sentar-se no sofá.

"Vá, vai-te embora. Diverte-te mas com juízo!" Avisou. Eu sorri mais uma vez e sai porta fora. Estava uma brisa ligeiramente fria e ainda por cima eu não trouxe casaco, mas também não vou voltar para trás.

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