Cap. 85

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ZAYN POV

Quando Louis ficou com a certeza de que eu não iria atacá-lo mais nenhuma vez, ele largou-me, esmagando uma última vez a minha barriga contra a relva imunda. Desceu de cima de mim e encostou-se á árvore atrás de nós, tirando um cigarro do seu maço e estendendo a mão na minha direção, oferecendo-me um também.

Não é a primeira vez que eu o Louis temos destas coisas. Simplesmente começamos á luta sem motivo nenhum, depois, quando terminamos, é quase como se nada tivesse acontecido.

Bem, somos rapazes, não há muito para explicar.

Impulsiono o meu corpo para cima, sentindo a minha barriga a doer com cada movimento. Sinto o sangue na minha boca e automaticamente cuspo para o chão, expulsando um pouco do líquido vermelho. Sentia os cortes nos meus lábios e, quando levei a mão até ao meu pescoço, vi pequenas manchas de sangue serem transportadas para os meus dedos. Aquele filho da puta magoou-me a sério desta vez.

Caminho até ele e sento-me ao seu lado, aceitando o cigarro. Prendo-o em meus lábios e acendo-o, observando Louis á medida que ele usava o tecido da sua camisola para limpar as feridas no seu rosto. Ele parece cheio de dores quando pousa a mão em seu estômago, gemendo baixinho.

Ótimo, não sou o único num estado miserável.

"Que merda te passou pela cabeça?" Rosnou o rapaz, encostando-se para trás contra a madeira da árvore.

"Não tens nada a ver com isso." Atiro, dando uma passa no meu cigarro. Até a fumar me doíam a merda dos lábios.

Louis levanta uma sobrancelha, olhando para mim com um humor morto. "Desculpa?" Diz, encarando-me com descrença. "Tendo eu conta que foi em mim que descarregas-te, eu acho que tenho muito a ver com isso Malik."

"Deixa para lá Louis," Bufo, esmagando o cigarro contra o chão. Ainda ia quase no ínicio mas doía cada vez que eu comprimia os lábios contra aquilo, então mais vale desistir. Com alguma dificuldade, consigo levantar-me do chão. "Vou embora." Informo só mesmo para não parecer o autêntico otário que, na verdade, eu sou.

Tomlinson observa-me detalhadamente, como se estivesse a pensar em alguma coisa. "Nova tatuagem?" Pergunta, olhando para os meus braços.

"Mete-te na tua vida, meu!" Exclamo, puxando o casaco de cabedal pelos meus braços despidos. Tudo bem que ele não tem culpa dos meus problemas, mas porra, ele está a testar a minha paciência!

"Wow, tem calma." Murmurou, levantando-se também. O seu cigarro foi atirado contra os meus pés e logo o seu olhar voltou a pousar em mim enquanto ele se preparava para falar. "Já falei com o chefe sobre tu saires e, como eu temia, eles querem falar contigo primeiro. Pessoalmente."

E porque é que eu não estou nada surpreendido?

Respiro fundo, antes de falar. "Deixa isso. Mudei de ideias."

E, antes que ele me pudesse bombardear com perguntas, eu estava já a ir embora.

(...)

"Zayn?" Ouço a voz da minha irmã a vir ao meu encontro logo que coloco um pé dentro de casa.

Suspiro em frustção e rapidamente desligo a luz que outrora tinha acendido, apenas para a impedir de me ver neste estado deprimente. "Sim?"

"Está tudo bem? A mãe ficou preocupada quando sais-te." A rapariga diz, aproximando-se mais de mim.

"Está tudo bem Waly, apenas tive algumas coisa de última hora para tratar." Digo, dando um sorriso fraco, ainda que a luz fosse pouca para ela me poder ver.

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