SECRETS [A EDITAR]

Cap. 84

ZAYN POV

Chelsea está calada á mais de 5 minutos. Sim, 5 minutos. Sempre que ela ganha coragem para começar a falar, há sempre algo que a faz recuar e ela simplesmente volta a fechar-se.

"Porra, Chelsea, podes falar de uma vez por todas?!" Grito exasperado. Porque é que ela simplesmente não diz tudo de uma vez?

A rapariga de cabelos loiros saltou com o susto da minha voz e depois encarou-me com os olhos cobertos de água, tornando distorcida a imagem dos seus lindos olhos esverdeados. Sentia o meu coração a bater forte no meu peito, como se fosse explodir a qualquer momento, mas eu não conseguia controlá-lo. Estava demasiado nervoso e com vontade de bater em alguma coisa. Qualquer coisa. Ela vai deixar-me. Porra, eu sei disso. Eu devia ter calculado que, mais cedo ou mais tarde, isto ia acontecer.

Quer dizer, quem é que faz uma tatuagem de uma rapariga com quem namora á apenas 3 meses? Eu, eu faço! Foda-se Zayn, no que estavas a pensar? É óbvio que ela se sentiu sufocada e quer deixar-me agora. Eu não sou suficiente bom para ela e eu sabia disso desde o ínicio.

Eu não sirvo para ninguém, nunca servi.

Finalmente, e sem que eu as possa parar, as tão dolorosas palavras escapam pela minha boca. "Vais deixar-me, não é?"

Chelsea levanta a cabeça, olhando-me com choque. "O quê?" Ela gagueja. "Não!" O seu corpo é arrastado até ao meu, sobre o edredon vermelho escuro. As suas mãos tocam nas minhas e ela enterlaça nossos dedos, deixando que uma lágrima salgada caia sobre eles. "Do que estás a falar? Eu não te vou deixar." Ela olha para baixo, suspirando depois. "Eu não quero fazê-lo..."

E então, ela começa a chorar perdidamente. As lágrimas escorriam como cascatas pelos seus olhos a baixo, inundando a sua face pálida do frio. Chelsea agarrou-se a mim pelo pescoço, abrançando-me tão forte que quase perdi minha respiração. O meu coração partiu em mil pedaços quando ela começou a soluçar contra a minha pele, molhando-a toda. Porque é que ela está a chorar tanto? Sem hesitar, eu envolvo-a nos meus braços, empurrando-a fortemente contra o meu peito. Uma das minhas mãos moveu-se até aos seus cabelos, soltando-os de forma a que pudesse acariciá-los e massajar sua cabeça. Eu queria saber o porquê de ela estar assim, e eu até acho que já sabia, mas eu não tinha coragem de dizer nada agora. Ela estava a soluçar sem fim contra o meu ouvido, as suas mãos formaram punhos cerrados contra a minha camisola, amassando-a toda na zona do peito e então ela encolheu-se contra mim, parecendo uma miúda ferida e indefesa.

"Chelsea, por favor, não chores." Imploro, engolindo em seco. É doloroso como o caralho vê-la assim, mas nada parece conseguir acalmá-la. O que é que eu faço? Eu não quero chorar também, isso só vai deixá-la pior.

"Chelsea, olha para mim..." Peço, segurando nos seus ombros e empurrando-a ligeiramente para trás. Ela limpa o rosto com as mãos e depois encara-me, ainda continuando a soluçar. "Diz-me o que se passa bébé."

A rapariga encolhe os ombros e a sua boca abre-se ligeiramente, mas as palavras não se fazia acompanhar pelo movimento dos seus lábios. Então as lágrimas voltam a transbordar pelos seus olhos, inundando-os. Consigo vê-la a morder o lábio fortemente numa tentativa de controlar o choro, mas era inútil, ela estava sem controlo do próprio corpo. Colocando de parte todos os pensamentos que me atormentavam de momento, eu puxo-a novamente contra mim, ignorando todas as partes que me diziam para exigir saber o que se passava. Acho que é isso que signfica amar alguém: por as necesidades do outro á frente das nossas. 

Lentamente, inclino o meu corpo para trás, deixando-me cair sobre a cama e trazendo Chelsea junto comigo. Eu deito a sua cabeça no meu peito e beijo-a gentilmente, abraçando-a mais forte do que nunca. As minhas pernas enrolam-se em torno das suas e ela rapidamente se encolhe contra mim como se fosse uma espécie de concha, agarrando novamente o tecido da minha camisola agora molhada pelas suas lágrimas.