A porta se abre e eu me afasto dele num pulo...
- Que bom que eu te achei, estávamos te procurando pela casa inteira ! - Fernando ( o "noivo"/irmão do Filipe ) fala ainda dentro de casa.- E por qual motivo você estava me procurando ? - pergunta soltando um longo suspiro.
- Não sou eu, é a mamãe. Ela finalmente vai ter aquela conversinha com você sobre o boletim ! - fala com... Digamos : " prazer".
-Hahaha - força a gargalhada - muito engraçado ! - revira os olhos - Fala pra ela que eu já vou.
-OK ! - começa a fechar a porta, mas para com ela parcialmente aberta - Ei, não esquece de lavar bem a boca antes de falar com ela. - fala e fecha a porta
- Que susto. - falo colocando a mão no peito - Se fosse minha mãe eu estaria ferrada !
- Eu sei ! - fala passando a mão no cabelo e soltando uma respiração pesada.
Ficamos um tempo em silêncio.
- Acho que a gente nunca vai poder " tentar de novo" !? - fala de repente
- Ainda temos o casamento, chá de bebê do primeiro filho, ir na maternidade, e os 18 anos consecutivos de aniversários grande e luxuosos, pra nos encontramos de novo !
- Nossa... - fala com uma cara de surpresa - Acho melhor eu não estragar essas oportunidades também. - fala e solta uma sorriso tímido.
- É bom mesmo ! - brinco, mas por dentro é muito sério.
- Acho melhor eu entrar... - finalmente quebra o grande silêncio que reinava entre nós.
- É... Eu também, antes que minha mãe perceba que eu "fugi" e resolva quebrar a casa inteira quando chegarmos ! - falo em um tom brincalhão, o mesmo que o dele no começo da noite. E nossos sorrisos se misturam...
Aí está o tal "clima" de novo, mas dessa vez não deixamos "rolar". Ele abre a porta e simplesmente entramos sem dizer nada, ele entra na sala de jantar e fica lá por um tempo, já eu vou direto pra sala e me sento no mesmo sofá de mais cedo. Um tempo depois ele se senta ao meu lado, enquanto as outras pessoas estão se despedindo.
-Antes que eu me esqueça... - fala e pega algo no bolso - Você poderia me passar o seu número ? - estende o aparelho telefone, já pronto pra digitar.
- Claro ! - falo com um sorriso forçado, e digito o meu número - Mas é pra mandar mensagem mesmo, OK ?!
-OK ! - fala sorrindo e se levanta logo em seguida.
Agora a casa, quase vazia, se resume em um discurso bem decorado da mãe do noivo, para os convidados que vão embora. Ela está na porta com o Felipe, e o resto da família conversando em alguma parte da casa. Minha mãe ainda está conversando com uma tia, e eu me aproximo numa tentativa de apresar nossa saída.-Até mais, querida. - a tal tia se despede deixando dois beijos, um em cada bochecha, da minha mãe - Olha como ela tá grande, mais já tá uma mocinha, em ?! - fala se referindo a mim, com um sorriso. Devolvo um sorriso forçado, e ela vai embora.
- Onde você estava, filha ?! Passei um tempo sem tiver... - pergunta enquanto andamos até a porta.
- Ah mãe, é que... É que eu tava... - falo procurando uma desculpa convincente...
- Obrigado de novo Gabriela, acho que agora eu tenho chances na prova de história... - Felipe fala assim que chegamos na porta. Deve ter percebido o meu nítido desespero
- De nada, espero que tenha ajudado.
- Se você podesse vir depois, pra concluir a explicação, seria melhor ainda! - fala sem deixar que nossas mães percebam a "ironia"
- Quem sabe... - falo com um sorriso tímido
- Obrigada por vir, Júlia. Espero que tenha gostado... - e ela começa mais uma vez com o discurso decorado
Enquanto nossas mães trocam falsas palavras de simpatia, eu sussurro disfarçadamente um "valeu", e Felipe devolve um "de nada". Saímos da casa, e entramos no carro. Fazer o caminho até em casa com um silêncio sufocador. Chegamos, saio do carro e abro a porta da casa, minha mãe entra logo depois que eu.
- Que mulher mais falsa aquela... - fala da cozinha, abrindo a geladeira e pegando uma jara d'água.
- Também achei... - respondo da sala, enquanto tiro as sapatilhas e ligo a TV.
Ela sobe as escadas, e dez minutos depois eu também subo e deito pra dormir.
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Rápidas Mudanças
Teen FictionGabriela Stefany era uma garota sem amigos, sem auto estima, sem ânimo algum, até que sua mãe decide leva-la a uma psicóloga, e após essa visita tudo irá mudar... "-O quê está fazendo...?!- pergunta confusa -Shiii... - diz colocando o dedo indicador...