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Enrolei Florence por três semanas e só desisti quando esqueci o porquê de não querer atender o pedido dela. Quando cheguei em sua casa e falei que íamos almoçar com meus pais, ela saiu correndo para o seu quarto atrás de algo para vestir. Esperei na sala por exatos trinta minutos até que ela apareceu com um vestido de malha branco de linhas e meia calça de um cinza quase transparente. Ela tinha um coturno preto nós pés e vestia um casaquinho laranja e seus óculos. Fiquei olhando maravilhado para ela por um bom tempo e ela sorriu envergonhada quando percebeu.

- Está bom assim? – ela passou a mão pela saia do vestido – Não fiquei meio infantil?

- Você está linda. – fui até ela.

- Se eu estivesse feia você iria falar? – ela perguntou preocupada.

- Eu não ia falar que está feia porque você está sempre linda. – segurei seu rosto e acariciei sua bochecha.

- Saco... – ela bufou – Se a roupa não estivesse legal, você falaria?

- Eu acho que sim.

- Você não está ajudando, Noah. – ela respirou fundo – Eu vou trocar, sua mãe vai achar que eu tenho uns dezesseis anos. – ela tentou voltar para o quarto, mas segurei seu braço.

- Já falei que você está linda. Não está infantil, ok? Você está linda demais e você não precisa se importar com o que minha mãe vai achar da sua roupa.

- Mas eu quero que ela goste de mim. – ela choramingou.

- Ela não vai gostar de você pela sua roupa, mas pelo que você é.

- Tudo bem. – ela respirou fundo – Vamos logo então. – ela entrelaçou sua mão na minha.

O caminho até a casa dos meus pais foi totalmente silencioso. Ela ficou prestando atenção na rua e percebi que ela ficou cutucando as unhas, coisa que ela só fazia quando estava nervosa. Ela me olhou preocupada quando estacionei o carro em frente à casa e desci correndo para abrir a porta para ela. Caminhamos até a porta de mãos dadas e a olhei sério antes de entrarmos.

- A gente pode ir embora se você quiser. – segurei seus ombros e ela negou com a cabeça.

- Eu nunca conheci os pais dos meus namorados assim. Os pais do meu ex babaca são sócios da minha mãe, então não foi desse jeito. – ela mordeu o lábio.

- Bom para você, porque não somos namorados. – beijei sua testa – Agora relaxa, eles vão gostar de você.

- Como você vai me apresentar para eles?

- Meu pai sabe quem é você, e vou falar para minha mãe que você é minha amiga, tudo bem para você?

- Sim... eu acho. – ela respirou fundo.

Eu devia ser honesto do mesmo jeito que ela foi com a mãe dela dizendo que nós dois estávamos saindo, e fiquei pensando nisso até o momento de apresentar ela. Segurei sua mão com força e a guiei para dentro da casa. Pela primeira vez eu pude notar o monte de fotos minhas que tinha pela sala. Aquilo seria um prato cheio para ela que queria saber sobre a minha infância.

- Noah. – meu pai nos recebeu – Tudo bem?

- Tudo sim. – abracei ele – Ah, pai, essa é a Florence.

- A sua namorada. – ele alargou o sorriso.

- Mais ou menos. – cocei a nuca.

- Que bom te conhecer. – ele a abraçou – Noah falou de você algumas vezes.

Can I Have Your Number?Onde histórias criam vida. Descubra agora