Talvez, ele tivesse razão. Sempre fui a boa garota, acostumada e criada sempre obedecendo regras, sempre permanecendo trancada. Eu era como Rose, um pássaro preso na gaiola que tinha medo de sair e conhecer o mundo afora. Isso não era viver. Uma parte de mim sentia culpa e certo arrependimento por ter desobedecido ordens, já o outro lado, sentia-se agitado. Com uma pontada de curiosidade, vontade de explorar tudo, de caminhar por todos os lugares e ver coisas que nunca havia visto antes. Conhecer pessoas diferentes, ser livre e viver.
A floresta ao redor escurecia. As sombras começavam a crescer, tomando conta de quase tudo.
-E-eu... realmente... – Fiquei sem palavras. Tentava achar um jeito de explicar o que sentia. Em minha mente havia uma certa confusão. Pensava em uma resposta até ser interrompida por uma sensação que tirou-me minha concentração. Algo mexia-se em minhas costas. Rastejava pela minha pele e pinicava.
No mesmo momento, empalideci. Soltei um grito agudo e forte, desesperadamente correndo até Joshua, e abraçando-o fortemente.
-O que foi...? – Perguntou achando tratar-se de um exagero de minha parte.
-TEM UM BICHO NAS MINHAS COSTAS! EU NÃO GOSTO DESSES BICHINHOS! TIRA PRA MIM, POR FAVOR...! – Gritei assustada, entrando num profundo desespero.
-Bicho? – Perguntou Joshua, puxando um pouco a parte de trás de meu vestido – Olha só.
"O que?
Olhar?
Nesta escuridão...?"
Olhei para a mão aberta de Joshua. Algo brilhava. Levantei as vistas, prestando atenção ao redor. Haviam pequenas luzes que iluminavam naquela escuridão.
Dos arbustos de framboesa, milhares de vaga-lumes voavam ao redor. Era algo muito lindo. Me senti sem palavras de ver.
-Uau! – Falei tentando olhar para todos. Era incrível aquilo.
Estiquei minhas mãos para perto de alguns que ali voavam. Um deles pousou na palma de minhas mãos. Sorrindo observei o mesmo voar novamente e se juntar com outros.
-Você tem sorte. É a primeira vez que vem nesta floresta e já conseguiu ver esse monte de vaga-lumes. – Falou Joshua, sentado no chão e sorrindo para mim, olhando no fundo dos meus olhos, fazendo-me corar e desviar o olhar.
-Ah! Veja! A gaiola está brilhando! – Exclamei apontado na direção da gaiola no chão. – Os vaga-lumes estão se reunindo em volta das framboesas que coloquei lá dentro.
-Tem um ponto de ônibus seguindo reto por aqui. Se for agora, ainda dá tempo de pegar o último ônibus. – Falou Joshua, pegando a gaiola iluminada, esticando-a em minha direção. – Com isto, vai conseguir enxergar um pouco ao redor! É só seguir em frente pelo caminho principal, que vai conseguir voltar para sua casa.
-Mas, se eu voltar... – Pensava nele, e em deixa-lo ali, sozinho.
-Eu vou ficar bem. Já estou acostumado a dormir no relento. Por isso... Vá logo! – Falou sorrindo o mesmo. Despreocupado com o fato de ficar sozinho.
"Mas..."
Segui suas orientações, parando no caminho
"Mas... Será que ele... Está mesmo bem...?"
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Aprisionada
RomancePara alguém criado dentro de uma "redoma", o mundo exterior parece, por vezes, assustador. Uma mistura de desconhecido e sentimentos aventureiros fará com que se arrisque a explorar. Siga seu coração, viva, explore e sinta as emoções diferentes nunc...