FIELDS OF HONOR

CAPÍTULO 9

SEBASTIAN "HONOR" HOFFMAN
STRAUSBERG, ALEMANHA
18 DE AGOSTO DE 2023, 16:27

Eu não sei o que diabos tinha na minha cabeça quando aceitei ir àquele bar. Eu preferia pensar que estava podre de bêbado e tudo foi completamente inconsciente — mas é claro que não. Eu me lembrava de tudo e, merda, eu queria aquilo. Eu infelizmente ansiava muito por todas aquelas coisas e todas as visões que meus olhos tiveram a ponto de me deixarem nauseado. O tumulto de pensamentos e sensações me deixavam com uma sensação de vulnerabilidade que eu não estava acostumado a enfrentar. Eu sempre estive na linha de frente, no topo da liderança, mas agora me encontrava em uma situação completamente nova e desconhecida. E, sinceramente, não sabia dizer se isso era bom ou ruim.

A intensidade do momento compartilhado com Field mexeu comigo de uma forma profunda. É claro que havia sido uma experiência do caralho, íntima e, de alguma forma, apaixonada, cheia de desejo e entrega. No entanto, agora, na luz do dia, eu me sentia perdido e inseguro. Logo eu. Não tinha tanta certeza de como prosseguir ou mesmo de como me sentia em relação ao sargento. O constrangimento tomou conta de mim quando nos encontramos novamente na base, depois de retornarmos em silêncio na viatura, evitando o contato visual e falando apenas o mínimo necessário. Era como se uma barreira invisível tivesse sido erguida entre nós. A preocupação de que nossos sentimentos pessoais pudessem afetar nossa dinâmica militar começava a pesar sobre mim.

Eu me questionava se havia sido um erro permitir que o desejo e a atração que sentíamos um pelo outro se transformassem em algo mais intenso. Talvez tenha sido uma quebra das regras, uma imprudência que poderia colocar em risco não apenas minha carreira, mas também a reputação dele. Porra. A incerteza me dominava. Eu não sabia se ele compartilhava dos mesmos sentimentos confusos ou se estava passando pelo mesmo turbilhão emocional. A comunicação entre nós estava comprometida, e eu sentia uma angústia crescente por não saber como abordar a situação. Era a primeira vez em uma situação de pressão onde eu não sabia o que fazer.

De fato, eu gostaria de poder voltar no tempo e desfazer o que aconteceu. Não porque tinha me arrependido da experiência, mas porque agora enfrentávamos as consequências imprevisíveis. Eu ansiava por uma solução, uma maneira de restaurar a normalidade entre nós e seguir em frente, mas não sabia por onde começar. Eu não era bom com sentimentos novos. Naquele momento, a única coisa que eu podia fazer era enfrentar meus próprios sentimentos e dar espaço para que Field também processasse os dele. Caso tivesse algum. Talvez, com o tempo, pudéssemos encontrar uma maneira de superar esse constrangimento e restaurar o que quer que fosse que tínhamos antes.

Em primeiro lugar, era fundamental que eu o respeitasse e reconhecesse seu papel importante na unidade. Apesar de nossa conexão pessoal, eu não poderia deixar que isso afetasse meu tratamento profissional e minha atitude em relação a ele. Eu precisava continuar a respeitar seu trabalho, liderança e conhecimento técnico, mantendo a disciplina militar em primeiro plano. Além disso, era necessário que estabelecêssemos uma comunicação clara e aberta sobre o que aconteceu entre nós. Abrir espaço para o diálogo sincero e respeitoso seria crucial para evitar mal-entendidos e desconfortos. Mas por onde começar? Era difícil saber. Principalmente naquela sinuca de bico.

Quando tomei coragem, chamei Field para uma conversa em meu gabinete. Apesar de ambos estarmos hesitantes, era importante enfrentar a situação como adultos responsáveis e profissionais. Sentado atrás da minha mesa, senti o peso da responsabilidade enquanto aguardava sua chegada. Quando ele entrou na sala, nossos olhares se encontraram brevemente antes de desviar, reforçando a tensão entre nós. Percebi que ele também estava nervoso, e isso me fez perceber que não estava sozinho em minha apreensão.