A Capitã Fantasma e o Passado Incontrolável

No negrume do espaço, uma nave solitária vaga por entre os planetas e galáxias, rumo à principal estação dos humanos remanescentes.

— Senhora Ferroah, estamos chegando em Opus Dell. — Comenta um sujeito de farda, parado em frente à porta do aposento da moça.
— Está bem. — Diz ela, enquanto degusta um copo de Whisky, acompanhando o cintilar das estrelas pela janela do quarto.
— Acha mesmo que deveria estar bebendo antes de um duelo?

Ela pousa o copo em cima da mesa e se ergue da poltrona.

— Quando eu precisar de um conselho, pode ter certeza que irei consultar-lhe, contramestre. Até lá, lembre-se que eu sou a capitã desta aeronave.
— Mas senhora... — Ela fecha a porta na cara dele.

O campo de força é baixado após a identificação da nave, permitindo que penetrem até os hangares da base. O contramestre segue até o quarto da capitã, mas é surpreendido ao cruzar com ela no corredor.

— Conheço minhas responsabilidades, contramestre Aulokk. — Fala, trajando a armadura, manto e cimitarra.
— Você fede à bebida, Ferroah! — Ela ignora, caminhando. — Não é porque seu pai é almirante, que você está imune das desobediências!
— Se está incomodado com a maneira como comando esta tripulação, reporte para ele. — Ela desce da aeronave.

Vagando com sua guarnição pelos corredores metálicos de Opus Dell, ela chega até a Sala Rasa; um coliseu improvisado com capacidade para mil pessoas, onde somente os tripulantes das facções prestes à duelar podem subir.

— Vejo que sua filha se atrasou, Almirante Kendrick. — Comenta um idoso de toga azulada.
— Receio que ela deve ter tido alguns... — ele a mira com desgosto — Contratempos... Senhor Ministro. — Ele sorri para o sujeito.

Dentro da arena metálica, Ferroah mira a plateia, que grita e bate palmas. Assovios também acontecem.

— É seu pai e o Ministro! — Comenta Aulokk, apontando sutilmente para o capitólio elevado em frente à plateia.
— As portas irão se fechar logo, por que ainda está aqui? — Questiona.