A Capitã Fantasma e o Passado Incontrolável

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No centro do ringue, o Ministro se aproxima do almirante.

— Enviarei os papéis ainda hoje! — Grita no ouvido dele, tentanto competir contra a plateia enlouquecida.

Na nave, Ferroah jaz em seu aposento mais uma vez, deitada em uma banheira de gelo, acompanhada do fiel copo de Whisky. Ela mira o dedo, com uma tatuagem negra de anel.

*toc toc toc* — Escuta ela, vindo da porta enferrujada do quarto.

— Quem?
— É Aulokk, senhora.
— O que quer?
— É seu pai. Quer falar com você.
— Transfira a chamada para o meu aposento.

Uma tela digital se materializa como um fantasma, em frente ao seu rosto. O velho de cabelo platinado jaz em um banquete solitário no aposento. Ele saboreia um porco suculento, enquanto toma um gole de vinho para ajudar a sentar a comida. Após, se ajeita na poltrona, limpando o bigode salpicado de tempero, resquício da carne.

— Ferroah, seu show de horrores quase nos custou toda a tripulação. Se tivesse matado Halmung, uma nova guerra teria início, e acredite, você não quer ter uma guerra com Os Piratas da Forja. Eles têm três vezes mais contigente do que nós.
— Não vejo necessidade em leis tão ridículas.
— Sem elas, voltaríamos para o dia em que a Terra deixou de existir.
— O que quer, pai?
— Apenas alertá-la. Pare de agir como bem entende. Está botando relações diplomáticas em risco.
— Que seja.

Ela desliga na cara do pai, e volta a beber, mirando o anel tatuado no dedo.

*toc toc toc* — De novo.

— Meu deus, Aulokk, como você é chato! O que é agora?
— Senhora, é urgente!
— O que?
— Recebemos uma transmissão com um pedido de socorro!

Ela bebe.

A Capitã Fantasma e o Passado IncontrolávelOnde histórias criam vida. Descubra agora