Capítulo 32

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CATARINA

Dias atuais

Já perdi a noção de realidade faz tempo, oa olhares dos pais de Sabrina me cortaram mais do que se eu recebesse um golpe de espada, preciso de alguém, mas quem? Estraguei tudo com Pedro, ele provavelmente não irá querer me ver de novo, estou vagando pelas ruas de Nova York sem saber para onde ir, ruas que estão sempre cheias de vida, mas hoje para mim não há ninguém, não ouço o som dos carros buzinando no trânsito, não ouço os turistas e as milhares de pessoas que constantemente esbarram em mim, eu só quero deitar e chorar pelo resto da minha vida, minha melhor amiga morreu, minha vida amorosa é um desastre, não tenho emprego e nem apartamento, o John estava certo, eu não sirvo para nada.

- Catarina, Catarina.

A voz familiar alcança meus tímpanos, Christopher? Ele se desvecilhia da multidão com uma destreza de se invejar, meu coração acelera, não estou pronta para isso, não agora.

- Oi.

Ele diz quando finamente se aproxima. Sei que seus olhos podem ver através de mim, me encolho e não digo nada, ele sabe que não estou bem, então apenas me abraça, seu abraço é quente e apertando, encosto a cabeça em seu peito e começo a chorar

- Vai ficar tudo bem, estou aqui agora e não vou a lugar nenhum sem você.

Pressiono ainda mais minha cabeça em seu peito, Deus como senti falta desse abraço.

- Cat eu tenho tantas coisas para te dizer, mas sei que não é o momento, deixa eu cuidar de você? Vamos para o meu apartamento e lá você tenta se acalmar.

Afasto minha cabeça e olho em seus lindos olhos castanhos, seus olhos serenos me fazem lembrar de todos os momentos bons que vivemos, lembro bem do seu abraço doce e urgente ao mesmo tempo, como nunca fosse me soltar, do jeito que acariciava meu rosto, suas mãos em mim, eu senti mais falta dele do que pensei, eu preciso dele.

Andamos em silêncio até seu carro, seu olhar estava o tempo todo em mim, agora ao chegar nesse luxuoso prédio não posso de deixar de sentir orgulho dele, ele conseguiu.

O apartamento é lindo, acho que notaria mais detalhes se não estivesse com a cabeça girando.

- Quer algo para beber?

- Não obrigado.

Sento no sofá macio e penso em como minha vida foi parar nesse lugar, um lugar onde só tem morte e tristeza, quando eu penso que tudo está bem eu tomo uma porrada e acordo do sonho.

- Você quer conversar?

Olho para aquele homem abaixado na minha frente, Chris faria tudo por mim, tenho certeza, se eu pedisse para casar comigo amanhã ele se casaria, eu vejo isso no jeito em que ele me olha, como se tivesse uma necessidade de mim, mas não posso confundir mais as coisas, já deixei coisas demais acontecer entre mim e Pedro e isso mexeu comigo.

- Minha melhor amiga morreu, ela era como uma irmã para mim.

Seu olhar é piedoso e acolhedor, sei que ele quer a qualquer custo fazer minha dor passar, mas essa cicatriz está longe de fechar. A campainha toca antes que ele possa dizer mais alguma coisa.

Ele vai até a porta e abre, quando escuto a voz de Pedro fico paralisada. Pedro sai entrando na sala e Christopher não diz nada apenas o segue com um olhar de preocupação, merda minha vida não poderia piorar mais.

Vejo a surpresa Pedro ao me ver, não consigo olhar ele nos olhos.

- Catarina? O que faz aqui?

- Eu, eu...

- Ela é uma amiga antiga.

- Amiga? Você não tem amigas Christopher, no máximo Melina, fora ela nunca soube de você com outras amigas.

- Ela é de antes da faculdade, como eu disse uma amiga antiga.

- Por que não me disse que conhecia ele Catarina?

- Bom eu nem tinha o reconhecido (Minto) hoje ele me encontrou na rua muito mal pois Sabrina não resistiu e me convidou para me acalmar.

Seu olhar desconfiado some e surge um de dor.

- Como assim ela não resistiu, ela estava bem quando saímos do hospital.

- Pois é o médico disse que houve complicações.

Ele senta ao meu lado e me abraça, Christopher fica atento em nós e uma pontada de dor me invade.

- Eu sou um idiota, briguei com você por uma coisa banal e quando você mais precisou não estive por perto, me perdoa?

- Você não tem culpa de nada Pedro.

Tento não dar muita ênfase ao assunto, essa situação está me deixando muito desconfortável


No Limite do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora