Capítulo 42

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CATARINA

Dias atuais.

Meu peito dói, e é uma dor aguda, meus pulmões queimam ao inalar o ar do lado de fora do prédio de Pedro, nunca vou esquecer o jeito como ele me olhou.

- Catarina?

Christopher avança a passos largos, tento andar mais depressa, mas em poucos passos ele já está ao meu lado.

- Vai embora Christopher.

- Catarina, por favor não faça isso.

- Eu te odeio.

As palavras saem com mais dificuldade do que pensei, eu tinha muitos sentimentos por Christopher, raiva, amor, mas ódio não era um deles.

- Não diga isso, você sabe que não é verdade.

Paro e me viro para ele, ainda está sem camisa e seu corpo parece nem sentir o frio que faz a noite em Nova York.

- Por que fez isso?

- Eu não aguentava mais Cat, te ver com ele me destruía por dentro, eu sei que não deveria ter feito aquilo, mas estou enlouquecendo sem você. Fica comigo por favor, vamos começar uma nova vida longe disso tudo.

Seu olhar está perdido, como se reunisse palavras para tentar me convencer de algo que nem eu sei.

- Eu não posso.

- Me diz que ainda me ama e eu irei esperar o seu tempo.

- A questão é essa Christopher, eu não sei mais se te amo.

Seu rosto se retorce e seu maxilar fica rígido.

- Como assim? Vai me dizer que esqueceu tudo o que vivemos, tudo o que eu fiz por você?

- O que você está querendo dizer com isso?

- Eu matei alguém por você Catarina, eu sim te amo, Pedro apenas quer trepar com você, eu morei com ele anos e vi várias mulheres passar pela cama dele e depois serem chutadas.

Sinto enjoo ao ouvir o que Christopher falou, não é possível que ele pense que assim fará com que eu fique com ele.

- Você não matou John por mim Christopher, você matou porque seria ele ou você, não vem justificar isso com o que sentia por mim, e eu posso sim ser mais uma na cama do Pedro, mas isso não muda o fato de eu não saber o que sinto por você mais. Me deixa em paz por favor.

- Catarina, não... Não faça isso, me perdoa ok? Eu não sei mais o que fazer.

Ele relaxa os ombros.

- Apenas me deixe ir.

Pedro

Dias atuais.

A dor domina minha cabeça e meu peito, sento na cama recusando a pensar que fui enganado todo esse tempo.

- Eu sabia que ela não era flor que se cheire.

Melina olha para mim, ela está em pé na porta e em seu rosto há uma expressão de divertimento.  Lanço um olhar de advertência para ela.

- O que foi? Isso até daria um livro, melhores amigos que se apaixonam pela mesma pessoa, que clichê não?
Quem diria Catarina com esse ar de puritana fisgou logo dois homens, será que  ela transava com vocês dois?

- MELINA.

E nesse momento a dor maior vem, não consigo respirar, meu corpo parece não querer responder aos meus comandos e eu caio.

MELINA.

Dias atuais.

- Pedro?  Pedro foi só uma brincadeira acorda.

O balanço e dou leve batidas em seu rosto, olho em seu pulso e não vejo sinais de batimento.

- Pedro não morra por favor.

Procuro por um telefone e ligo para a emergência, tomara que não seja tarde demais.

                                ***

Quando os paramédicos chegam eles colocam Pedro na maca e o levam para a ambulância.

- Você é esposa dele?

- Não amiga.

- Nesse caso pode ir seguindo a ambulância, vamos para o hospital central.

- Ele vai ficar bem né?

- Conseguimos estabilizar ele, mas ainda é muito cedo para sabermos .

No Limite do DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora