O Último Desafio

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26 de outubro de 2016

Caro Xavier,

Neste exato momento estou desesperado, escrevendo estas anotações às pressas, enquanto Dick vigia a entrada e eu cuido de Lilian, que está desmaiada.

Vou começar do início: hoje, o Professor X anunciou que, ao contrário dos outros desafios, esse desafio aconteceria à noite, e não de manhã. Nós esperamos ansiosos pelo início do desafio, e estávamos preparados para tudo, menos para o que de fato aconteceu.

Chegando à noite, o desafio seria o seguinte: também seria fora da escola, como o da luta, para não correr o risco de estragar a escola, pois no primeiro desafio (o das moedas) a escola foi muito danificada. Desta vez, tudo que enfrentamos iria se misturar: haveriam desafios psíquicos, armadilhas, e robôs comprados da associação SHIELD para servir como obstáculos, os jovens poderiam lutar entre si e teríamos de encontrar algo. Porém, ao invés de ser vários objetos para encontrar, como as moedas, haveria desta vez apenas um objeto, uma taça de ouro com um X incrustado. E quem pegasse a taça, de fato, praticamente venceria o torneio, pois a primeira equipe que a achasse e levasse a taça até o Professor X, no pátio, ganharia seis pontos, o que pode desequilibrar muito.

O desafio estava para começar, e cada equipe sairia de uma parte, para não haver brigas logo de cara.

- Boa sorte. - Disse a Lilian e aos outros, e eles disseram o mesmo para mim. Então o Professor Xavier deu o sinal, e o desafio começou.

Saímos correndo, porém ao contrário de outras equipes que se separaram, preferimos ficar juntos. Havia uma floresta à frente, e logo de cara já encontramos armadilhas no chão, e por pouco eu não desviei de uma pistola de congelamento, mas consegui escapar. Fomos nos aprofundando na floresta, e então ouvimos um barulho. Ficamos quietos, silenciosos, mas ouvi um som robótico atrás, e quando me virei percebi que era um dos robôs da SHIELD, de corpo humanoide porém sem cabeça, só haviam sensores para nos detectar e armas. Ele começou a atirar os tiros paralisantes, cujo efeito durava dois minutos, mas desviei e toquei o robô para absorver o ferro. Ele me jogou para longe, mas eu já tinha o que eu queria. Há um tempo eu vinha praticando alterar as moléculas de minha mão para que se tornassem lâminas, e a Anna (Vampira) me ajudou com isso. E eu consegui, naquele desafio. O robô atirou contra mim, porém os tiros não penetravam minha pele, e arranquei um dos braços dele, deixando vários fios expostos, e finquei a outra mão-lâmina em seu peito.

Todos, Lilian, Dick e Zoe, me olharam impressionados, porém outro robô já havia aparecido. Dick atirou água nele, queimando seus circuitos, e Lilian o atirou para longe.

Andamos mais um pouco, e subitamente Dick tropeçou em uma corda e ficou preso em uma armadilha de rede. Eu cortei a rede facilmente, com minhas mãos-lâminas, já que eu estava mantendo, com dificuldade, a forma de metal, mas logo que cortei a rede percebi que ela não era a verdadeira armadilha, e sim apenas um atraso para nos fazer cair na verdadeira armadilha. Subitamente vozes começaram a falar. Ficamos hipnotizados, sem conseguir sair. A primeira frase foi dirigida a Dick:

- Você nunca será como o seu pai. Você tinha muito mais potencial, mas anda com amigos fracassados que te puxam para baixo, e você nunca será um X-Men.

As frases eram pesadas, nos afetavam, e a cada frase uma daquelas balas paralisantes eram disparadas, mas estávamos desviando-as.

- Você não é neta do Professor Xavier. - Disse a voz, agora para Lilian. - Você não tem família, e nunca terá. Você nunca terá um lugar onde se encaixar. Mutante. Aberração.

- Não dê ouvidos para isso, Lilian. - Falou Zoe, o que me surpreendeu, pois ela não era de consolar muito. Mas a voz resolveu se vingar friamente de sua interrupção:

A Vida de um Mutante no Instituto XavierWhere stories live. Discover now