E.L | 10

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 - Oi Carlos! – Ana sorriu ao ouvir a voz conhecida e amigável de Carlos. Falava em português esperando que Ethan não entendesse.

- Ana?! Por onde você anda? O que aconteceu? Porque não foi ao Gamer? Porque seu celular só da desligado? – Carlos disparou, impaciente.

Ela riu baixo.

- Vejo que andou preocupado...

- Preocupado? Não! Não preocupado! Eu simplesmente achei que tinha morrido, que tinha sido raptada! Que estava largada em algum beco escuro de Nova York! Onde está?

Ana olhou ao redor, observando o quarto de hotel onde estava. O apartamento era enorme, possuía duas suítes e uma sala de estar. Sua decoração suntuosa variava entre o dourado, vermelho e tons de creme e marrom. Tudo era muito exagerado, desde os jarros ornamentados aos tapetes macios do chão. Ela se voltou para a janela do quarto que dava para um terraço e, do décimo quinto andar, observou as luzes fluorescentes de uma das ruas mais movimentadas de Las Vegas.

- Estou em Vegas, baby – disse, imitando uma fala de um filme que já não lembrava mais qual era.

- Como foi parar em Las Vegas? – Carlos perguntou desconfiado.

Ana pensou um pouco antes de responder a pergunta.

- Vim matar alguns mafiosos e ganhar dinheiro nos Cassinos – respondeu por fim, caminhando para o enorme terraço. Sentiu o vento espalhar seus cabelos e respirou fundo.

- Estou falando sério, Ana... Pare de gracinha...

- O.k, desculpe. Eu vim com Tonny. Lembra que te falei sobre ele? – fechou os olhos ao perceber como era difícil mentir para alguém que conhecia e gostava.

- Quem está te bancando?

- Que tipo de pergunta é essa? – Ana se encostou no parapeito do terraço e franziu o cenho – Ninguém está me bancando, Carlos.

Ela ouviu um suspiro do outro lado da linha e se sentiu ainda mais culpada.

- O.k... Desculpe. Eu estava preocupado. Não tinha noticias suas há dias. Até mesmo Howard me ligou.

Ana coçou a testa e olhou para o quarto através da janela. Ethan estava parado perto da cama a observando com a impaciência brilhando nos olhos.

- Desculpe, Carlos. Desculpe mesmo... Diga para o Howard que estou bem. Eu só... – o olhar de Ethan persistia e ela decidiu encará-lo também – precisava de um tempo...

- Certo. Sem problemas. Mas se cuide.

- O.k. Vou me cuidar. – ela sorriu – Preciso desligar. Tente não sentir muito minha falta.

Carlos riu.

- Já estou sentindo. Até mais Ana. Não demore para voltar e tente ligar mais vezes, caso decida passar mais tempo aí.

- Não vou prometer, mas vou tentar... Até, Carlos – desligou.

Continuou no mesmo lugar, encostada no parapeito do terraço de forma displicente, sentindo o vento bagunçar seus cabelos que já estavam bagunçados. Seus olhos estavam em Ethan que, com as mãos nos bolsos de seu smoking preto, continuava parado ao lado da cama como uma estatua oriental de Apolo.

Ele estava muito bonito, concluiu Ana, percebendo a maneira com que o tecido aderia ao corpo masculino dele. O smoking parecia feito sob medida de tão... perfeito. Ela piscou, voltando a olhar para os olhos orientais de Ethan. Ele exalava sensualidade e perigo.

- Bonita gravata – ela disse, querendo mudar o rumo de seus pensamentos. A gravata realmente era bonita; branca como a camisa que contrastava com o paletó e a calça preta.

Entre LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora