E.L | 12

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 - Eu sabia que viria, Ana...

Por milésimos de segundos, Ana sentiu seu coração pulsar em seu ouvido. Antes de se voltar para Tonny, tentou se recompor. Soltou o ar, arrumou a taça de champanhe nas mãos e plantou um sorriso cínico nos lábios.

- E se eu não viesse? – perguntou no instante em que se virou para fita-lo. Ele estava realmente bonito, mas diferente dos dias em que passou com ele, Tonny estava frio. Sedutoramente frio.

- Eu certamente iria atrás de você.

Nesse momento o ponto atrás do ouvido de Ana vibrou levemente. Ela olhou bem para os olhos azuis de Tonny, tentando não se virar para Ethan que estava a poucos metros de distancia... O jogo tinha começado.

- Então eu te poupei do trabalho – respondeu dando de ombros com indiferença, colocando a taça de champanhe sobre o balcão do bar.

Tonny se voltou para o bar e pediu uma dose de whisky, então se encostou no balcão e observou as pessoas ao se redor, sorrindo.

- Quem são as pessoas que estão com você, Ana? – ele perguntou calmamente voltando a pousar seu olhar sobre ela.

- Pessoas? – Ana franziu o cenho e fez uma careta cínica – De quem está falando?

Ele não respondeu rapidamente. Tonny a analisou por instantes, desde seu vestido ao batom vermelho em seus lábios.

- Bastante esperta – falou baixo, próximo ao seu rosto, quando se virou para pegar seu whisky – Mas vou acabar descobrindo.

Ana ergueu uma sobrancelha e apertou o maxilar por segundos. Ele a intimidava.

- Devo dizer que está muito bonita nesse vestido – Sorriu antes de beber um gole de sua bebida – Sempre te achei interessante e atraente, apesar de tudo.

- Apesar de tudo? – Ana se empertigou, soando mais desafiadora. Ergueu o rosto para fita-lo. – Apesar de ter tentado me... matar?

Tonny deu de ombros.

- Já deve ter superado isso, visto que está aqui, correndo o mesmo risco.

Ela riu baixo e, como ele, se voltou para observar as pessoas ao seu redor. Seus olhos não puderam evitar cair sobre Ethan que estava em uma mesa de jogos, perto dali. Ele possuía um sorriso de escarnio nos lábios enquanto jogava. A loira o rodeava como um pássaro, tocando em seu braço, seu ombro, sorrindo...

- O que você acha, Tonny... – ela começou a perguntar, dando inicio ao plano. Sua voz era carregada de cinismo – eu estou sozinha nos Estados Unidos há um ano... Tenho vivido razoavelmente descompromissada, cantando em bares, sendo garçonete nas horas vagas...  – tomou champanhe e continuou, sabendo que, apesar de não estarem se olhando, ambos estavam muito atentos um ao outro – Encontro o homem dos sonhos em uma livraria, que me convida para um café... sem pretensões...

- Nenhuma pretensão, sem dúvida... – um meio sorriu surgiu nos lábios de Tonny enquanto ele tomava seu whisky.

Ana não pôde evitar um sorriso amargo antes de continuar:

- E eu me interessei por esse homem, claro, mesmo não sabendo nada sobre ele... Mas, numa reviravolta muito interessante, eu supostamente descubro que ele quer me matar...

- Não necessariamente matar, Ana.

Ana o olhou com o canto dos olhos e deu de ombros.

- O que acha dessa história? – perguntou tranquilamente – Não parece um tanto ingênua?

Entre LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora