E.L | 11

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Quais eram as chances de tudo dar errado ou certo? Quais eram a chances de morrer ou sobreviver? Quais eram as chances de matar alguém?

Ana parou seu porsche vermelho em frente a entrada do Cassino. Respirou fundo e fechou os olhos por segundos. Estava na hora. Seu coração disparou enquanto um sorriso era plantado em seu rosto e um olhar mais analítico, sedutor e duro se instalou em seus olhos.

Sua porta foi aberta por um valet perfeitamente uniformizado, que lhe estendia a mão para ajuda-la a descer do carro. Tudo ao seu redor era pura e completa ostentação; A fonte iluminada em frente ao Cassino, que projetava agua para cima e a engolia novamente com jogos de cores de luz; a entrada em estilo romano do prédio, que fazia qualquer pessoa se sentir um deus ao atravessar suas portas; a estrutura grandiosa do Cassino, que obviamente também era um hotel. Um hotel de luxo.

Pousando a mão sobre mão do valet, Ana saiu do carro com elegância, mostrando primeiramente a perna descoberta pela abertura do vestido e depois seu olhar e seu sorriso de deboche para o homem que não conseguiu disfarçar o olhar cobiçoso.

- Gracias - ela disse em espanhol lhe entregando as chaves do carro.

Atrás de seu carro, uma fila de outros carros igualmente ou mais caros que o dela se formava. Pela primeira vez em dias, ela conseguiu respirar sentindo um puro e simples prazer. Estava lá, entre eles... Entre a máfia, o dinheiro e o governo... Dê certa forma, ela começou a sentir que ditava as regras do jogo. Era assim que Ethan se sentia?

- Senhora...

- Señorita - corrigiu e olhou para o homem de terno que a observava submisso e solicito. Seu carro e o valet já tinham desaparecido.

Voltou a sorrir. Uma das mãos cobertas por uma luva branca do homem estava as suas costas e a outra estava esticada em sua direção.

- Vou te acompanhar até a entrada, señorita.

Ele pegou sua mão e a guiou até seu braço.

Já anoitecia. O céu estava escurecendo aos poucos e as luzes de Las Vegas começavam a ter seu glamour noturno. Ana arriscou um ultimo olhar para fora antes de entrar em um largo e curto corredor, acompanhada por outro recepcionista. O homem permanecia quieto enquanto andavam pelo corredor dourado e vermelho, iluminado por lustres elegantes e visivelmente caros. Tudo, até mesmo o cheiro gritava dinheiro.

A frente, uma grande porta ornamentada era guardada por dois seguranças enormes e uma mulher loira vestida de vermelho. Seu vestido parecia uma segunda pele e seus cabelos caiam em forma de cachos sobre um ombro, num penteado sofisticado. Seu sorriso ensaiado, falso e vermelho cobriu seu rosto ao ver Ana, que ergueu uma sobrancelha.

- Boa noite señorita Gusman. - a loira cumprimentou, segurando um tablet nas mãos e procurando o nome da convidada. Olhou para a tela e depois para Ana, que sorriu sutilmente.

Naquela mesma manhã, Ana havia observado Ethan invadir o sistema do Cassino com incrível facilidade para trocar as fotos do banco de dados. Ele fez tudo em silencio e em 15 minutos havia terminado. Ana sorriu ao ver a arrogância que ele demonstrou quando terminou o processo. Olhou para ela como se não a tivesse percebido antes e se levantou, levando consigo sua garrafa de água.

- Você faz isso com frequência? - ela perguntou sem sair do lugar. Ainda sorria.

Ethan parou em frente a porta de entrada do seu quarto e se voltou para ela.

- Invadir sistemas? Não.

- Não, não... - Ana balançou a cabeça, achando ainda mais graça - digo ser arrogante... Você é arrogante com frequência?

Entre LimitesOnde histórias criam vida. Descubra agora