Sou uma alma farta
Da dor que sustento
A minha imagem é uma carta
Levada pelo vento
Se não der o passo certo
Serei esquecido
Sebendo que estive perto
De ter sentido.Mas, em caravelas
Navegam muitos marinheiros
E quando espreito pelas janelas
Os barcos voam ligeiros.
Se perco a embarcação
Serei mais um falhado
Culpado
Pela decepção
Do lápis afiado
Que me tem acompanhado
Nesta canção.Com palavras singelas
Tentei explicar o que sinto
E mesmo sem aquarelas
Em pequenas telas
Eu pinto.
Quando se apagarem as velas
E eu largar o absinto
Soltarei as trelas
Pois eu digo sempre a verdade
Mesmo quando minto.Em florestas sombrias
Escrevi coisas que devia
Coisas que não sabias
E nem eu próprio sabia
Meu coração está dividido por fatias
Porque sempre tive a mania
De fazer tudo o que querias.Cria dizer tanta coisa
Antes que tudo isto acabe
Mas o tempo que possuo
Não chega para metade.Então quero aproveitar
O que cada segundo
Tem para me dar
Respirar fundo
E continuar.Sinto os olhos perdidos
E não sei qual as razões
Talvez pelos motivos
Que inspiraram Camões.Com o olhar vazio
E os lábios rachados
Numa noite de frio
Num inverno de pecados.
O coração,
Caiu ao chão
Parti-o
E agora está em bocados.Pelo tempo que se apressa
Não tenho mais nada a dizer
Para quem nesta vida tropeça
E tem dificuldade em se erguer.
E talvez me esqueça
Daquilo que tenho para escrever
Mas não me interessa
Ainda há mais dias por nascer.
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Mil Voltas No Mesmo Lugar
PoetryEste livro não é um conjuntos de poemas, mas sim, um conjunto de sentimentos, afetos por pessoas, e experiências que no fundo todos temos na vida sem muitas vezes sermos capazes de expressa-los. Espero que apreciem o meu trabalho... Obrigado.