(Poema) Uma rosa. Uma lágrima.

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Queria ter criatividade,

Queria escrever sobre coisas comuns,

Tornando-as belas,

Através da tonalidade.

Queria deixar o mundo mais colorido,

Tanto cinza, tanta dor,

Tanto torpor pelo nada.

Pelo quase nada,

Pelo negativo,

Subjetivo a cada mente,

Cada alma,

Cada universo unihabitado.

Consolado por palavras belas,

Singelas,

Sinceras.

A folha que cai ao meu lado,

Pequenos milagres diários.

Um milésimo de segundo,

Um centésimo da tua mente,

Um universo,

Mal estudado,

Transbordado,

Elouquecente.

Conto histórias de outras mentes,

Este poeta ressuscitado,

Mora aqui ao meu lado,

Controla minha escrita,

Conta histórias que não vivi.

Mas senti,

Senti como se fossem minhas,

Mas minhas histórias ainda não foram contadas.

A garota ferida,

Mal tratada,

Sozinha,

Tanto cinza.

Ninguém me ensinou as coisas erradas,

Silêncio,

Então multidão.

Dois, três, seis mundos diferentes,

Personalidades paralelamente convergentes.

Soltei aquela mão desesperada,

Que com todas as forças lutava,

Segurava,

Até que eu apenas a deixei ir.

Levada pelo vendaval,

Completamente sozinha,

Em um mar de rostos conhecidos.

Como não nos perder se a vida não nos dá tudo o que precisamos para nos encontrar?

Papel lotado de palavras,

Palavras lotando esse papel,

Lutando para serem reconhecidas,

Em uma mar de palavras merecidas,

Uma geração de palavras vazias.

A mão de um poeta abandonado que há muito já se foi,

Para não mais ser encontrado,

Eu o deixei ir e agora ele me assombra,

Mas ele se foi, certo?

Alguém tinha de quebrar esse elo!

Inevitável,

Estilhaçado,

Lembrar sua mão se tornou minha última opção,

Uma rosa. Uma lágrima.

Filosofia De Uma AdolescenteOnde histórias criam vida. Descubra agora