Não busco respostas. Busco fazer as perguntas que não têm respostas. Perguntas que me façam refletir e concluir o nada. Perguntas com respostas não têm graça. Também não sou uma cética. Não questiono absolutamente tudo. Tem certas coisas coisas que não questiono. Muitas vezes porque tenho medo das respostas.
Me peguei pensando outro dia: "e se o que é certo na verdade for errado?". E se todos os nossos juízos e valores forem baseados em mentiras ou verdades distorcidas?
Meu ponto de questionamento é: e se todos os sistemas políticos, a sociedade, os valores de ética e moral das pessoas, etc., tivessem sido construídos sobre idéias que na verdade estão erradas?
Então basicamente nada abstrato (algo formado de idéias e não de material físico) existiria, porque nada seria real nesse sentido de existir.
Falemos um pouco Descartes. O grande filósofo seguiu uma tática semelhante a minha. Primeiro ele voltou a ser uma criança e questionou a existência de tudo. A única conclusão a qual ele chegou é que a única certeza que ele tinha era a de sua própria existência.
Primeiro ele tentou comprovar que existia afirmando que sentia as coisas, mas o 5 sentidos nos engana muitas vezes. Outra técnica foi a de que ele sabia a diferença entre sonhos e realidade, mas o que nos garante que não estamos sonhando agora mesmo? Depois ele concluiu que existia porque tinha suas próprias idéias, mas e se houvesse um gênio do mal o manipulando o tempo todo?
O fato de que ele questionou sua própria existência o levou a algo semelhante a: eu questiono as coisas (no caso, questiona sua existência), questionar é uma forma de pensar, logo eu penso. Tem como algo que não pensa, existir? Sim, os objetos inanimados como por exemplo. Mas, tem como algo pensar e não existir? Não. Penso, logo existo. Simples.
Mas eu pretendo ir além. E se na verdade nós não realmente existirmos? Acredito que seríamos parte de algo que existe, mas nós mesmos (separadamente), não existiríamos como seres à parte do organismo maior.
Mas e se o organismo maior for o responsável por nossas linhas de pensamento e por nossa opiniões, juízos, julgamentos, códigos de conduta, etc.? Ele seria o "gênio do mal" de Descartes.
Pensando desse jeito, nós não somos seres pensantes. Somos apenas reprodutores de valores impróprios e possivelmente errados, já que tudo o que considerarmos ser o certo, for na verdade, o errado. Se toda a base da nossa sociedade for construída sobre algo falso, errado e irreal, então a sociedade em si, não existe.
O organismo maior ao qual me referi anteriormente, é a representação da sociedade. Seus pensamentos são os valores dela. Nós somos os indivíduos que compõe a sociedade, e na analogia com o "organismo maior", somos seres não pensantes, que seguem cegamente os princípios e valores irreais do "ser maior" do qual fazemos parte.
Curioso, né? Imagine se isso for real? Quem me garante que não é?
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Filosofia De Uma Adolescente
No FicciónCompletamente sem sentido. Compilado de reflexões, críticas e poemas de quem eu sou mas já deixei de ser.