15. past

4.1K 242 10
                                    


POV Lauren

Voltar sozinha àquela hora da noite definitivamente não tinha sido uma boa ideia. Eu mal tinha andado um quarteirão quando ele apareceu. Seu cabelo estava raspado, muito diferente da última vez em que tinha o visto, mas as mesmas cicatrizes continuavam em volta de seu rosto. Aquilo não podia ser coincidência. Ele queria alguma coisa.

- Eu não trabalho mais com aquilo. - falei, direta. Se ele estivesse me procurando por causa de algo que eu fiz no passado, precisava saber que aquela já não era mais minha praia.

- Eu sei. Não foi por isso que eu vim.

- Como me encontrou, William?

- Eu te vi na TV. Jogadora de futebol, hã? Uau. Bem diferente do seu antigo hobbie.

- O que você quer? - perguntei.

- Precisamos conversar.

- É isso o que estamos fazendo, não?

- Não, Lauren. Você vai ter que vir comigo. - ele disse, sacando uma arma de sua cintura. Não ousou apontá-la para mim tão cedo, mas sabia que William o faria se precisasse.

- É sério isso? Pensei que fôssemos parceiros.

- A gente era. Até você sumir.

- Eu precisei. Você sabe disso. Não podia continuar depois de tudo o que aconteceu.

- Tudo bem. Não estou aqui para discutir. Apenas venha comigo.

- Não posso.

- Eu não estou pedindo. - William finalmente apontou a arma para minha cabeça.

- É uma pena. Porque eu não vou pra lugar nenhum com você.

Em um movimento rápido, acertei a mão de William com força, arremessando sua arma longe. Para completar, atingi seu rosto com o cotovelo. Aquele era apenas um dos truques rápidos para reagir a um assalto, mas eu sabia fazer muito mais. Tudo herança de um passado o qual eu não me orgulhava tanto assim.

- Eu não quero machucar você. - ele falou.

- Nem eu. Só vai embora. Não precisamos fazer isso.

- Eu não teria tanta certeza.

Nunca deixe seu oponente te distrair no meio de uma luta. Em um simples descuido meu, William arrancou uma faca que estava presa em seu cinto e me atingiu em cheio na barriga. Eu sabia que não tinha sido muito profundo, mas eu não estava mais acostumada com acidentes daquele tipo fazia 2 anos. A dor era tanta que eu provavelmente tinha acordado toda a vizinhança com meu grito. Enquanto o ferimento tinha roubado toda a minha atenção, senti um punho acertar meu maxilar. Tive que respirar fundo antes de voltar a me defender. Quando você é ferido, o primeiro passo tem que ser ignorar a dor. Se você se concentra demais naquilo, é derrotado. E eu não podia perder aquela luta. Antes que William me acertasse o próximo soco, parei seu punho com a palma da minha mão, e aproveitei a mão livre para atingi-lo no rosto. Meu próximo passo foi chutar seu órgão genital, fazendo-o cambalear. Totalmente vulnerável, só precisei derrubá-lo com um chute forte no peito, e apagá-lo com dois socos bem direcionados no rosto. Foi aí que vi minha camisa ensanguentada e lembrei da dor insuportável que estava sentindo.

Touchdown ✼ CamrenOnde histórias criam vida. Descubra agora