Capítulo 2

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15 de fevereiro de 2012
Primeiro dia de aula

São apenas 5:30 da manhã e minha mãe me acordou superempolgada quase me jogando fora da cama. Até parece que quem vai pra escola é ela e não eu.

— Mãe, por que tenho que levantar agora? A aula só começa às 8hrs. Eu posso acordar 6:30. Dá tempo! São só uns 5 minutos daqui até lá de carro. Me deixa voltar a dormir! – disse com a voz embargada de sono.

— Não, Mariana! Você demora horas se arrumando e não quero que se atrase no seu primeiro dia de aula. – ela respondeu já terminando de arrumar minha cama e me empurrando para o banheiro.

— Tá, mãe! Você venceu. Vou me arrumar agora. Posso pelo menos escolher minha roupa antes? – perguntei.

Ela ficou me olhando, cruzou os braços e levantou uma das sobrancelhas.

— Pode, mas se quando eu voltar nesse quarto você estiver deitada nessa cama... Ah, Mariana! Você vai ver... – ameaçou antes de sair do quarto.

— Sim senhora, capitã! – respondi ironicamente batendo continência.

Ela saiu rindo e eu fui me arrumar.

É claro que eu estava nervosa, primeiro dia de aula, quem é que não sente pelo menos um friozinho na barriga? Tentar fazer amigos, conhecer meus novos professores e não passar vergonha.

A última parte é preocupante, podemos dizer que eu não penso muito antes de falar, então só o que eu preciso fazer é controlar as minhas tagarelices. Tá, isso eu posso fazer, não posso?

Quando eu desço pra tomar café eu esbarro com alguém no caminho.

Enzo, uns 20 centímetros mais alto que eu, cabelo castanho claro, olhos escuros, barba mal feita, mandíbula definida, físico forte e magro, suéter com decote em V cinza, jeans e tênis.

Não, eu não estava admirando-o, só descrevendo.

— Ai, olha por onde anda, garoto! – disse rindo.

— Para de ser chata, Mariana! – ele respondeu revirando os olhos.

— Sua mãe também te arrastou da cama? – pergunto enquanto fazemos o caminho para a sala.

— Não. Acordei 6:30. Sua mãe fez isso com você porque você demora um século pra se arrumar. E nem dá pra entender essa demora, você está normal! – ele disse fazendo cara de confuso.

— Ah, que lindo, Enzo! Obrigada por insinuar que eu sou linda assim todo dia! – disse saindo na frente e me jogando no sofá.

— Cara, para de ficar colocando palavras na minha boca! – ele respondeu sentando do meu lado

— Você não negou em nenhum momento. – disse ironicamente.

— Irritante!

— A irritante que você acha linda! – eu disse e ri.

Ele tentou não rir, sem êxito.

— Vamos meninos? – a mãe dele perguntou enquanto ela e minha mãe nos olhavam sorrindo.

— Por que vocês estão nos olhando como se estivessem olhando pra filhotinhos de buldogue? – Enzo perguntou.

— Sem motivos! – elas responderam em uníssono e continuaram sorrindo.

Eu e ele nos entreolhamos confusos.

— Sério, parem com isso! Estão começando a me assustar. – eu disse levantando pra sair de casa.

— É, vamos logo! – ele disse me seguindo.

"Just friends"Onde histórias criam vida. Descubra agora