- Calma, gata! Daqui a pouco ele tá aí ! - Jack diz após me flagrar olhando ansiosa mais uma vez para a porta do Mc'D.
- Eu só quero saber que ele está bem. Ele é meu melhor amigo e eu queria ter estado do lado dele hoje, eu sei o quanto esse assunto é difícil pra ele. - Explico olhando nos olhos do Jack pra fazê-lo entender. - Eu só quero que ele esteja bem.
- Você gosta muito dele, né? - Ele pergunta.
- Eu o amo! - Digo sorrindo.
- Mas não como um irmão, certo? - Fico chocada com a pergunta e não consigo não rir.
- Não! Não como um irmão! - Sorrio. Eu não sei bem se o Jack entendeu tudo o que eu estava pensando, no beijo, no corpo dele, nesse pézinho de sentimento que parece que tá brotando em mim, mas pela cara dele parece que sim.
- Eu sabia! - Ele quase grita. - Está na sua cara! Conta mais!
- Você tá louco! Eu não tenho nada pra contar!
- Ah para! Você transpareceu tudo! Não me deixa no escuro! Eu quero saber!
- Ele me beijou hoje... - Eu falo devagar.
Jack arregala os olhos e quase começa a gargalhar.
- E o que você achou do beijo? - Ele pergunta segurando o riso.
Eu não tô entendendo a graça! É um assunto muito sério! Mas eu conto tudo, preciso falar pra tentar entender também!
- Foi incrível! Eu nunca tinha olhado pra ele com outros olhos, além do de amiga. Nunca tinha reparado no quanto ele é gato! E o beijo foi delicioso, parecia que eu estava derretendo. Eu fiquei louca! - E quando eu olho para o Jack ele não consegue segurar e começa a gargalhar muito alto. - Ok! Nunca mais te conto nada! Sou muito idiota.
E ele continua a gargalhar e aponta para atrás de mim. Quando eu olho o Enzo está parado atrás de mim, me encarando e com as mãos na frente das partes íntimas dele.
Eu não sei o que fazer.
- Oi! - Sorrio super envergonhada e aceno. (MEU DEUS! EU ACENEI! POR QUE?) Olho para o Jack querendo decapitá-lo. - Eu vou te matar! - Sussurro.
- Eu preciso ir. - Ele para de rir e levanta. - Mari, eu te ligo mais tarde, ok? - Olha outra vez para o Enzo e para mim e sai.
Não sei o que fazer. Não sei o que fazer.
- Ei, me conta como foi com o babaca do Ward! - E a opção de me fazer de desentendida venceu!
Ele senta na minha frente e fica me encarando durante mais ou menos um minuto, que pareceu uns 2 anos.
- Err... Ele só queria uma desculpa pra ir lá em casa e discutir com a minha mãe. Acho que ele ainda deve gostar dela. - Ele sorri sem jeito. - Eu não vou me mudar! Isso seria loucura. - E começa a divagar.
- É seria mesmo! - E eu não sei mais o que falar.
Ele com toda certeza não sentiu o mesmo que eu, e agora que me ouviu falando aquilo está super sem graça. Ai que merda! Preciso fazer as coisas voltarem ao normal. Não posso perder a amizade dele. Mas o que eu faço?
- E aí você já comeu? - Pergunto, tentando quebrar o silêncio ensurdecedor.
- Já! - Ele sorri e voltamos ao silêncio.
- Enzo, você quer ir lá pra casa? Podemos assistir um filme na Netflix, sei lá. Amanhã você vai pra escola direto de lá. - Pergunto esperando muito que ele aceite. Fazemos sempre isso. Não quero que o que eu falei estrague a nossa amizade. Só passar uma borracha e esquecer.
