Conviver com a falta de reciprocidade.

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Começamos com os planos de namorar, depois desejamos casar, nos amar eternamente, pra sempre. Depois a ideia fixa do primeiro filho, da cor das paredes do quarto, e o nome do bebê. Depois veio os pequenos detalhes, qual seria o sofá da sala, e quantas portas teria o guarda roupas do quarto. Dizem que garotas tem mania de sonhar, mas nunca chegar a realizar. Eu era apaixonada por ela, uma garota linda com um belo sorriso, com seus cabelos curtos azulados, que amava meu sorriso bobo de garota tímida, e meus cabelos longos castanhos claros. Nós queríamos tantas coisas, mas talvez a nossa idade não definisse a maturidade, para assim entendermos a realidade de que nunca ninguém te apoiaria quando o assunto fosse felicidade sem prazos. Todos apenas criticariam até te ver desistir de tudo. Sei que tiamos nossos 17 anos nada bem vividos, mas tínhamos vontade e necessidade de nos da a oportunidade de sermos felizes. Mas um dia uma parte da ponte sempre desaba primeiro, e ela se foi, pra outros braços, outros planos, outros desejos, que me faziam me questionar se planejamos tudo apenas no calor do momento para assim tornar o sentimento mais real. Pra ela pode ter sido apenas planos sem intenções reais e sinceras, mas para mim, foram tão reais a ponto de sentir a dor caminhar sobre meu corpo até hoje. Ela fala novamente em casar, vejo nos posts das redes sociais. Porém eu, ainda estou construindo uma parte de mim que caiu quando a ponte desabou.

Diário de uma lésbicaOnde histórias criam vida. Descubra agora