Cap 7: A Avenida do medo

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Belém, 07h30.

Naquele sábado, o mundo não era mais o mesmo, a linda cidade enfeitada que observei na noite anterior agora estava contaminada de sangue e de mortos. Ainda era de manhã, as luzes da cidade ainda estavam desligadas, porém, eu sabia que naquela noite a cidade não iria mais brilhar.

Ao ligar o veículo, lembrei que tinha que pegar algo.

— Me esperem aqui dentro, tranquem a porta, já volto.— Falei saindo do carro.

Peguei uma mochila que estava na porta mala e saí correndo com uma pistola na mão.
Na saída da garagem, me deparei com um zumbi, atirei nele sem piedade e seguir em frente até encontrar o depósito de armas e munições, peguei o máximo que conseguir e coloquei na mochila e umas armas penduradas no ombro.
Na volta para o veículo, fui atingido por um tiro na perna de Raspão, de uma das pessoas revoltadas. Dei nove passos e só cheguei a cair no chão quando um zumbi pulou em cima de mim, tentando a todo custo me morder. Usei muita força para tirar ele de cima de mim, mas não conseguia. Eu já estava ficando fraco, pois além de perder sangue, eu estava usando muita força.

— Cuidado, loiro. — Gritou um soldado enquanto dava um tiro na cabeça do bicho.

Valeu brother, vem. — Falei para ele me seguir e eu sair correndo manquejando e finalmente cheguei ao meu carro.

— Toma Eduardo, guarda isso aí no porta-malas. — Dei as armas que estavam no meu ombro e em seguida a mochila para ele.

Abri a porta do veículo e falei para o outro soldado sentar lá traz com a ruiva.

— Bom, agora, sim, está na hora de a gente sair daqui.
Liguei o carro e partimos para a Avenida Almirante barroso.

Durante a viagem, o soldado que me salvou não parava de olhar e dar em cima da ruiva. Eu olhava pelo espelho do carro e ele tentava abraçá-la. Não era por nada, mas a garota era realmente bonita, cabelo longo e ruivo, olhos verdes, boca bem desenhada com lábios bem vermelhos e um rosto angelical. Seu corpo... Seu corpo era lindo e detalhado, com uns seios de tamanho médio, no qual combinava exatamente com o formato do seu corpo e com sua cintura fina, lembrava uma modelo de Hollywood.
Realmente, acabei de descrever uma Deusa grega, mas era por isso que o soldado não parava de ariscar a moça.

— Ei, ruivinha, qual seu nome? Você já deveria ter falado. — Perguntei enquanto olhava ela pelo espelho do carro.

— Meu nome é Jully. — Falou com um sorriso no rosto.

— Belo nome. — Elogiei.

Eu poderia continuar a conversa, mas algo me tirou a atenção.

— Advinha?— Perguntei aleatoriamente.

— O quê? — Todos perguntaram.

— Vamos ter que ir andando... A Almirante barroso está toda engarrafada e tem vários carros abandonados.

— E sua perna? — Perguntou Jully para mim.

— Eu dou um jeito, mocinha.

Descemos do carro e dei a mochila com as armas para o Eduardo levar.

— Vamos para onde? — Perguntou o recruta.

— Não faço a mínima ideia. — Respondi.

— Já sei, tem um Shopping daqui a uns 1km, vamos para lá.

Todos concordaram e fomos caminhando até lá. No meio do caminho, vimos uma família sendo atacada em um carro. Uma criança, pai e mãe sendo absurdamente devorados.

— Cuidado, vamos devagar, tem um monte de zumbi ali.
Então, nos abaixamos e passamos escondidos por trás dos veículos. Por pouco, o zumbi não sente nosso cheiro. Continuamos a andar por aquele cemitério de veículos, em seguida vimos várias pessoas matando zumbis e correndo deles, estavam gritando muito.

— Se calem, vai ser pior se ficarem gritando. — Tentei orientar eles.

Eu estava exausto e queria muito chegar logo naquele Shopping, mas percebi que não chegaria tão cedo quando vi centenas de zumbis se aproximando e tomando conta de toda a avenida. Pessoas corriam em disparada para fugir deles, outras subiam em cima dos veículos.

— Santo Deus. São muitos! — Eduardo falou assustado.

— Seguinte, eles estão perto. Não tem como a gente voltar, aquela multidão está correndo e gritando demais para o outro lado, ou seja, o outro lado também terá muitos zumbis. — E continuei —
Precisamos ficar o mais longe possível desses idiotas com essa barulheira.

— Também acho. Mas vamos rápido, que eles estão logo ali na frente. — Sussurrou a ruiva.

— Se deitem de baixo dos veículos e fiquem quietos, ou subam em cima de veículos altos. — Os aconselhei.

Eduardo e o recruta subiram em cima de um veículo longo e lá se protegeram daquela onda de zumbis.
Eu me deitei, rolei para baixo de um carro que estava na minha frente e Jully deitou-se em baixo do veículo que estava do meu lado, ficamos lá quietinhos.

30 segundos se passaram e os zumbis começaram a passar pela gente. Fiz sinal com o dedo para Jully ficar relaxada e não entrar em pânico. Ela estava com muito medo.

— Grrr, — Os gemidos daqueles mortos eram perturbadores, o cheiro então... Nem se fala. Mais de 200 zumbis passando por nós era agoniante, uma adrenalina muito profunda tomava conta de mim, parecia que eu iria ser atacado a qualquer hora. Mas continuei ali quietinho.

Um zumbi parou perto de Jully, ela se desesperou no olhar. Minha vontade de ajudar era tanta e a única coisa que deu para fazer foram gestos para ela se acalmar e, com isso, ela se manteve calma até o zumbi continuar sua trilha.

Passaram-se alguns minutos desde o primeiro zumbi e agora, sim, estava tudo calmo. Tivemos que esperar 20 minutos... 20 minutos mais agoniantes de todos. Então todos saíram dos seus esconderijos, daí suspiramos aliviados.

— Vamos, o Shopping está logo ali na frente. — Falei para todos eles.

— Estou cansada. — Disse a moça.

— Além de eu estar exausto, ainda por cima estou ferido e estou sangrando muito.

— Realmente, quando chegar lá, você terá que cuidar desse ferimento, vou ajudá-lo. — Disse Jully com um olhar bem preocupado.

— Parem de conversar e
vamos logo. — Disse o recruta como se estivesse com ciúmes ou inveja.

E então caminhamos até lá, mas dessa vez não tinha muitos zumbis para atrapalhar, tinha poucos em cada esquina, nada que uma faca não resolvesse.

— Acho que chegamos. — Disse Eduardo com um olhar de esperança.

— Finalmente. — Falei com Jully.

— Vamos entrar logo, tem zumbi vindo ali. — Disse Jully.

— Acompanhe-me, eu sei por onde entrar em segurança nesse Shopping! — Eu realmente sabia e conhecia aquele lugar.

Bem Vindo ao ApocalipseOnde histórias criam vida. Descubra agora