O dia seguinte

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No dia seguinte ao acordarmos nos deparamos com Margareth sentada em uma poltrona velha de couro meio suja (eu amo aquela poltrona, sempre que estou deprimido sento-me nela, minha poltrona da depressão). Ela nos encarava com uma cara sisuda.

-Bom dia Margareth. -fala meu pai com um tom irônico.

-Bom dia Sr. Clarke -falou levantando da cadeira e indo em direção à porta- o senhor está 20 minutos atrasado e você Tom, seu ônibus já passou, se você se apressar consegue chegar a tempo da 2° aula.

-20 minutos?  Hoje é terça? -pergunta meu pai desesperado.

-Sim senhor, sua reunião com os investidores é hoje, daqui 10 minutos. -responde Margareth com toda seriedade do mundo.

-Melhor se apressar pai, não sei se devo ir hoje!

-Claro que deve! Você vai ter que enfrentar isso a todo custo, pode ser hoje, amanhã, semana que vem. Então que seja hoje, não fuja de suas responsabilidades e deveres, você consegue, você é capaz. Agora se arruma, te deixo na escola. -Fala ele cheio de autoridade.

-Okay. Fico pronto em 5 minutos.

Olho para minha câmera, que me encarava e refletia minha face cheia de olheiras e meus olhos vermelhos, parecia que eu tinha fumado. Peguei-a e fui para o carro.
Enquanto estavamos indo registrei várias situações, um cachorro correndo, alguns milhares de casais apaixonados, algumas árvores correndo pelo vidro do carro, mais casais. Chegando na frente da escola meu nível de nervosismo estava em 99,9%, eu estava a ponto de ter um infarto, oque não seria bom para mim, mas meu pai sempre querido, me obrigou a sair do carro e ter coragem. Quando desci pensei :eu tenho 17 anos, sou bem sucedido, sou solteiro, e estou a beira da morte. Porquê devo estudar?  Porquê preciso passar por isso? -mas ai eu me toco- não posso desistir de viver, meu pai, Margareth, nunca desistiram de mim, então não posso desistir de mim próprio, não posso abandonar minha vida, não posso abandonar quem tanto me ama.

Então depois dessa reflexão entro naquele local que a partir daquele momento seria um dos piores, a escola, onde todos iriam me olhar com pena, com desprezo, iriam falar coisas pelas minhas costas, nunca mais eu serei apenas o "riquinho isolado" agora serei o "riquinho isolado que vai morrer".

Ainda fora da escola tiro uma foto que partia suas laterias. Não dava nem pra mostrar o grande carvalho que existe ao lado dela, um carvalho de 150 anos, belíssimo.

Tentarei publicar mais capítulos no decorrer da semana, não tive muito tempo esse fim de semana...
Obrigado...

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