No caminho para casa sinto falta de alguma coisa mas não consigo pensar em nada, meu pensamentos se baseavam apenas no quão meu pai se decepcionaria comigo, um filho prestes a morrer e ainda rebelde. Mas não foi bem isso que aconteceu, quando contei o acontecido a meu pai "super maduro" perguntou se o garoto ficou com o olho roxo. Ele disse que não é a melhor atitude a se tomar, mas disse que isso seria de certa forma bom pra mim, pois as pessoas não me olhariam mais com tanta pena, o que era verdade, ter respeito é tudo que eu gostaria de ter nesse momento.
-Nos próximos dois dias você vai me ajudar na livraria, das 08:00 às 12:00, só pra você não me achar um completo crianção -é, eu pensei que ele era um crianção - e vá pro quarto, e só saia quando a Margareth permitir!
Eu subo super feliz, meu pai não era apenas um pai, era meu amigo, meu melhor amigo.
-Ei! Te amo!
-Também te amo pai.
Quando entro no meu quarto percebo que não estou com minha câmera, puts, deixei ela na sala do Sr. Thomson, penso em ligar para o Paul, mas ele está sem celular, a mãe dele a Tia Sarah, confiscou por ele ter passado uma madrugada acordado jogando games. Acho que ele não seria tão tapado em ver minha câmera lá e não trazê-la para mim.
Umas 15:30 enquanto eu observava algumas de minhas fotografiias, Margareth entra em meu quarto.-Há uma garota na sala, Natalie Forbs.
-Natalie Forbs? -quem é Natalie Forbs? Nunca ouvi falar.
-Sim, sua namorada? -pergunta Margareth em tom de sussurro.
-Não, eu não tenho namorada- falo cochichando também - e nem conheço essa Natalie.
-Mando ir embora?
-Não, já desço.
Margareth desce e quando estou descendo as escadas vejo a tal Natalie, era ela, a garota da escola, a garota linda da escola, na minha sala, segurando minha câmera, sentada no sofá de três lugares, meio de lado, com as pernas juntinhas e bem depiladas.
-Oi?
Ela me vê e levanta-se :
-Ah, olá, Tom não é?
-Sim!
Olho fixamente para a câmera, ela nota.
-Encontrei ela na sala do Sr. Thomson, vi seu nome nela e resolvi trazê-la.
Ela me estende a mão com a câmera.
-Obrigado... Senta, por favor.
Ela senta e nós começamos a conversar.
-Você gosta de fotografia? -ela me pergunta.
-Sim, você gosta? -retruco.
-Sim, mas não tanto. Qual cantor você mais adimira? Filme? Série? Música? Fala de você.
-Ed Sheeran, de preferência filmes de ficção adolescente, onde tenha amor verdadeiro e precoce, meus favoritos são The fault in our stars (A culpa é das estrelas), Me before you (Como eu era antes de você) e Se eu ficar...
-Filmes tristes, romances, morte, doença, morte... -ela me interrompe.
-Eu sei, eu gosto deste tipo de filme, mostra a realidade. Não assisto séries, e a música que está sempre em minha mente é Photography.
-Ed Sheeran. Eu também curto o som dele, e essa música sem dúvida alguma é a melhor.
-E você? Do que gosta?
-Ed Sheeran, Imagine Dragons. Filmes de ficção, a série Divergente por exemplo, amo The Vampire Diaries.
-Divergente, já ouvi falar, na livraria do meu pai tem toda a série de livros, inclusive na estante de livros do meu quarto.
-Você precisa assistir. Seu pai é dono de uma livraria?
-Wizard Book. Fica à 10 quadras daqui.
-Você é filho do Rick? -pergunta surpresa e eufórica.
-Sim, porque? Você o conhece?
-Claro, eu sempre compro livros lá, inclusive lancei meu primeiro livro lá há algumas semanas. Não foi muito apreciado, mas soube que ontem lançaram um novo livro lá.
-Você fez um livro? Que legal. Qual o nome?
-A garota maravilha.
Não dava, eu não conseguia segurar a risada.
-Não ri do meu livro, ele é legalzinho.
-Acredito. Vou ligar pro meu pai. E pedir pra ele me trazer um exemplar.
Tarde de mais, meu pai já havia fechado.
-Só não joga no lixo quando terminar de ler okay? -fala com um sorriso de orelha a orelha.
-Okay. Prometo que não jogo, qualquer coisa peço para a Margareth jogar. -falo com sarcasmo.-Porque eu falei sarcasticamente? Eu odeio sarcasmo.
-Hahahahaha.
- Você não é igual aos outros.
-Outros?
-Jason e sua turma.
-Diferente bom? Ou ruim?
-Ótimo, você não é irritante, nem chata, nem insignificante, nem falsa... Você é legal.
-Obrigada, eu não sou amiga do Jason temos amigos em comum apenas. E você parece ser legal também.
-Eu sou legal, hahahaha.
Ela me olhou com um olhar fixo, e eu a olhava com o mesmo olhar fixo. Até que a porta abre a sua atenção se volta para ela. Era meu pai, todo molhado, estava chovendo e escuro.
-Olá crianças! -fala meu pai todo pimpão.
-Oi pai.
-Olá Sr. Clarke.
-Não sabia que se conheciam -fala meu pai nos olhando com um olhar irônico.
-Não nos conhecíamos pai, eu esqueci minha câmera na escola e ela me trouxe.
-Ata, por um momento pensei aue estariam "ficando", não é assim que vocês falam? Ficar?
Ela abaixa a cabeça e começa a rir, toda vermelha tadinha.
-PAI!- falo com um tom de vergonha.
Ele sai da sala nos deixa a sós.
-Acho melhor eu ir. -fala olhando para a janela.
-Quer que eu te leve?
-Você não vai até minha casa e voltar! É um pouco distante.
-De carro.
-Você dirige?
-Sim.
-Então aceito.
Durante o trajeto conversamos sobre a série divergente ao som de Ed Sheeran. Antes dela sair do carro tiro uma foto dela, ela sai meio assustada, mas continuava linda. Sua casa ficava à 30 quadras da escola, umas 50 quadras da minha casa.
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A Câmera
Teen FictionEu sou Tom, 17 anos, Alemão mas vivo no Canadá, amo fotografia, ela me ajuda a amenizar o pensamento da morte... Da minha morte...