-Onde estiveste?- Perguntou Derek com uma voz autoritária assim que entrei dentro de casa- Tens noção do quão preocupado estava?
-Estive com Owen- Disse com um fio de voz indo até á sala passando por Derek, sentando-me no sofá enquanto ele ainda processava o que eu dissera
-... O que é que ele te disse?- Perguntou sentando-se ao meu lado, analisando-me
-Ele ainda quer levar a Cloe... Ele quer leva-la...
-Mas leva-la para onde?
-Não sei, ele não me diz...
-Yuri... Porque é que o teu pai te odeia?
-...
-Yuri?
-Não quero falar sobre isso
Ia me levantar quando Derek agarra o meu braço e me puxa para o sofá mas sem me magoar
-Diz me, em mim tu podes confiar- Disse ele deslizando a sua mão até á minha apertando-a levemente
Respirei fundo, nunca gostei de contar esta história por isso é que nunca o fiz, só eu, Deus, a Morte e Owen sabem o que se passou naquela noite, mas nunca porque lhes contei, nunca foi minha escolha que eles soubessem do que aconteceu...
-Tudo acabou quando eu tinha 16 anos
-Acabou?
-Sim foi ai que a minha vida acabou
Flashback on»
-Oh filha desculpa, ter me atrasado
-Não te atrasaste mãe, faltaste, já acabou á uma hora...
-Uma hora? Mas não começava ás seis da tarde?
-Não, começava ás quatro da tarde...
-Mas então como foi?- Ela tentou mudar de assunto
-Ganhei o primeiro lugar
-Ganhas-te? Que bom...
-O que estiveste a fazer para faltares á minha competição de piano?
-Ah! A tua irmã estava a brincar com a nova casinha de bonecas e não resisti e tirei várias fotos e não dei pelo tempo passar
-O quê...?
- Sim, ela estava tão fofa, depois mostro-te as fotos
- Faltas-te á minha competição de piano só para tirares fotos?! Tu sabias o quanto isto era importante para mim?!!
-Calma filh-
-Era MUITO importante! Eu pedite para estares lá, eu queria que estivesses lá, EU ESPEREI POR TI! A Cloe é sempre mais importante para ti, tu deves esquecer-te que tens DUAS filhas não UMA!
-Yuri acalma-te
-NÃO- Abanei os meus braços ao alto para mostrar a minha indignação, uma coisa que não sabia que me ia arrepender severamente.
O meu braço empurrou o da minha mãe o que fez com que ela virasse o volante, num momento um foco de luz parecia querer cegar-me noutro momento apenas negro cobria a minha visão.
Ouvia um leve zumbido, que se sentia mais como um monte de carros a apitar ao mesmo tempo, o zumbido foi diminuindo gradualmente, quando finalmente desapareceu, um bip-bip repetido tomou o seu lugar e com essa substituição senti várias dores em diferentes partes do meu corpo, algo realmente insuportável.
Abri lentamente os olhos tentando acostumar-me com a claridade que me cegava, olhei em volta e percebi que estava numa cama de hospital, com algum esforço tentei lembrar-me do que tinha acontecido para eu estar ali, lentamente fui me lembrando da discussão que estava a ter com a minha mãe do carro, lembrei-me de ter feito a minha mãe virar o volante e do assidente.
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A arma que escolhemos
FantasíaEu vou vos contar uma história de uma rapariga que tem vida dupla, não, não é uma cantora. Não, também não é sobre um super herói com puderes, mas estão mais perto. É uma história sobre uma humana, que também é um servidor, e agora vocês perguntam "...