Devaneios

Capítulo 03

01 de novembro de 2016,

Caro celular,
Há tantas coisas que gostaria de dizer, mas eu não me lembro... Essa sensação é tão horrível, sinto que o sentido de nossas vidas são os momentos em que vivemos, assim então transformar estes momentos em lembranças... mas quais são as minhas lembranças? Que momentos foram esses, entende? Quais foram os momentos em que vivi intensamente? O que seria viver de fato a vida? Aproveitar? As vezes sinto que estou tão preocupada em colecionar memórias que acabo esquecendo de criá-las.
Neste exato momento estou no banheiro ouvindo "Jack Jones - Lollipops and Roses" pela primeira vez. Faz um tempo que assiste a série animada Over The Garden Wall e as músicas me encantaram, recentemente fui atrás do cantor e estou apaixonada. A música tem esse poder de acalmar, ultimamente sinto que não estou vivendo, apenas existindo... e a música me deixa viva. Eu não sei ao certo o que isso significa.

Atualmente eu ando tendo essa sensação de que todos nós estamos nos enquadrando num modelo de vida perturbador, sei que já citei isso várias vezes mas não consigo pensar em mais nada. Assisti pela segunda vez o primeiro episódio da terceira temporada de Black Mirror esse sábado, eu acho. O episódio faz uma crítica direta as redes sociais, mas especificamente a forma como nós construímos uma ideia de perfeição de nós mesmos na internet. Como se todos nós fôssemos felizes e de bem com nossas vidas, ostentando nossos bens materias e etc. Tudo isso nos deixa tão artificial, estamos numa era artificial, na qual nos preocupamos em como iremos nos parecer do que de fato ser...

Há uns textos que escrevi a um ano atrás com bem, não sei qual o intuito. Atualmente vejo que esses textos não fazem sentido. Eu não sei o que eu estava querendo parecer... Eu apenas escrevi sem me importar muito com o que estava sendo escrito - como fiz com esse capítulo.

04 de janeiro de 2015

Naquela imensa distância a um avião, rodeado pela chuva vindo da incrível imensidão azul. Ao olhar as luzes a noite daquele mesmo lugar, crio a ilusão de que estás lá em cima, pensando em coisas que me pego tentando adivinhar. Imagino que estás desfrutando da água da janela assim como eu, pensando em você. Em cada gota escorregando pelo vidro, penso no que estás pensando. Entro em um mundo paralelo no qual suas ideias param em mim.

07 de janeiro de 2015

Com a imensa lua iluminando o céu repleto de estrelas, me perco com os olhos brilhando imaginando mil cenários cheios de objetivos que jurei completar. Refletindo sobre o começo ao fim, percebo que a verdadeira felicidade só é presente se compartilhada. De repente, toda minha bobeira amorosa some diante de um amigo, no qual posso confiar as minhas risadas e eternas alegrias.

13 de janeiro de 2015

Em um mundo tomado pelo medo, a sempre o desespero de se expressar, seja em palavras, atitudes ou desenhos. A única coisa que nos torna diferente é a forma que demonstramos que não existe certo ou errado quando a questão é  liberdade de expressão. Aqueles pensantes temem as circunstâncias de repassar sua voz para um mundo que ignora o verdadeiro significado das palavras. Ou que simplesmente tem uma mente fechada para os pensamentos poéticos no qual a única regra é amar.

Com amor,
Manuelita.