S.P.L - Sonhos, Paixões e Loucuras

Choro. Desespero. Poesia.

  Não vou me apresentar nesse capítulo. Vocês já me conhecem. Sou Manoela, e essa é a minha história desse ano.
  Vocês querem saber algumas coisas minhas. No final, saberão. Paciência.
  Hoje iremos falar da parte mais triste dessa história. A parte em que eu comecei a ficar sem sentido, sem rumo. A parte em que eu sentia que eu não merecia mais ter o Lucas como meu amigo, meu parça, meu irmão. A parte em que meu pulso já não tinha apenas uma marca. Tinha sete. Sete marcas. A parte em que Paulo me fazia sofrer cada vez mais com as mensagens que ele me mandava todo santo dia.
   A pior parte.
   Mas não vim falar de como eu me cortei, ou de qual era o contexto das mensagens. Vim falar da minha solução. Da minha luz na escuridão. Do valor de x numa longa expressão de álgebra.
   Da minha salvação. Ela se chamava poesia. Passei a fazer poemas em português, inglês, ou em francês. Passei a brincar com a rima que as palavras faziam. E um dos meus melhores poemas foi o primeiro em inglês.
   Dream Memories (Memórias do sonho).
    Fala de um "sonho" que eu já tive e não saiu da minha cabeça por semanas. Muitas pessoas que passavam por mim admiravam aquele poema. Era bonito, poderia ser uma boa música indie. Até mesmo minha professora aprovou o poema, com muito prazer até.
   Depois dele, comecei a enxergar o mundo de outra forma. O rosa já não era apenas uma cor e o lápis não era só um objeto. Meu mundo passou a ser mais colorido, mais criativo. Minhas notas em redação aumentaram. Passei a esquecer dos meus problemas e me liguei nas soluções.
   Mas ainda tinha algo que me seguia. Eu ainda amava Lucas, e não era como amigo. Eu não sabia se ele sentia o mesmo, mas preferia não tocar no assunto. Aposto que ele preferia estar com alguém melhor. Eu desejo isso a ele. Eu desejo a ele a felicidade que eu nunca vou conseguir ter. Amarei ele para sempre, não tinha como evitar.
    Ele era meu carinho, meu conforto. Era um anjo caído. Ninguém poderia substituir ele. Fiz mil poemas para ele, mas, para mim, nenhum ficava perfeito.
   Lucas, um dia eu farei o melhor poema do mundo, pra você me amar de novo.
   Eu prometo.