S.P.L - Sonhos, Paixões e Loucuras

Sorriso de Lua

  Bem vindos, antes de tudo. Meu nome, é Manô e este é o capítulo que eu estou escrevendo hoje com os olhos lacrimejando. De raiva, de ódio, de alegria, de emoção. Minha cabeça dói e meu coração não para de bater como se fosse sair de mim. O porque disso tudo? Fique atento e leia cada detalhe.
  Lucas chegou maroto no primeiro dia. Com a mochila, que estava na moda inclusive, em um ombro, com o cabelo bagunçado, a camisa do TM(Tática Máxima, sim, esse é o nome do colégio, ridículo), a calça jeans...tudo perfeito para mim...e para as outras também, que não tiravam os olhos deles, e ele, os olhos em mim.
  Eu cheguei a corar. Eu era bonitinha sim, mas...eu? Havia pessoas mais bonitas, algumas pareciam ser modelos...mas ele me escolheu. Lucas era meu melhor amigo e não me trocaria por ninguém, isso estava na cara. Ele sorriu para mim e pegou o meu braço, aproximando-me dele.
  Ele me abraçou. Ele estava quentinho e era alguns centímetros maior que eu, fazendo aquele abraço super gostoso. Eu apoiei minha cabeça no seu peito e fechei os olhos. Ficamos ali um bom tempo, abraçados, quentinhos. Parecia cena de cinema: um reencontro de ex namorados que ainda se amavam. Ele sussurrou algumas coisas do tipo: Saudades de você minha pirralhinha, mas eu nem liguei. Até a hora de Paulo chegar.
  Assim que o vi, pedi para Lucas me soltar, e fitei nos olhos dele. Tentei explicar a situação para ele, mas era tarde demais. Paulo avançou em minha direção e, rapidamente, ficou cara a cara comigo. Eu tremi de medo, mas não falei nada. Lucas perguntou baixinho se poderia ajudar e eu disse que não precisava, que aquilo eu poderia dar conta sozinha.
  Mas Paulo não gostou daquilo. Me agarrou na cintura e me puxou para perto, me beijando tão forte que chegou a doer um pouco. Lucas não acreditava no que via, e eu não acreditava no que sentia nos meus lábios. Não retribui, mas não me afastei. Fiquei parada, fitando Paulo me beijar com intensidade, desejando aquilo não ter fim.
  Quando acabou, ele percebeu o que eu e Lucas sentíamos. Ele definitivamente ficou arrasado. Saiu de perto. Não olhou nos meus olhos. Só...saiu, me abandonando.
  Lucas chegou perto de mim e disse que queria falar comigo. Eu disse: Tudo bem. Então ele me levou a um lugar onde só nos dois estávamos e sorriu daquele jeito de novo.
  - Você gosta dele não gosta? - isso mesmo, sem vírgulas, sem pausas. Ele falou de uma maneira desafiadora, e eu não podia negar nada a ele.
  - Lucas...só um pouco...m-mas eu não confio nele na mesma forma que eu confio em você...por favor...me deixa explicar a situação....por favor...
  Senti as mãos macias dele tocar de leve as minhas bochechas vermelhas e quentes de tanta vergonha. De leve, aproximou meu rosto perto dele e, calmamente, beijou minha testa, como se fosse meu irmão mais velho.
  - Tudo bem Manoela, te entendo. Confesso, eu fiquei com algumas antes de você me encontrar e tud....mas enfim. Meu foco acabou. Você é o meu centro agora. Meu objetivo, minha alegria. Ok?
  E ele saiu de perto, se dirigindo a sala, eu acho.
  De repente recebo duas mensagens do Paulo no Whatsapp, e foi por essas mensagens que estou chorando aqui, agora.
   " Quando te chamo, é porque to sentindo tua falta. Quando não chamo, é porque estou esperando vc sentir a minha."
   " Me valoriza como eu te valorizo, não como vc valoriza aquele vagabundo. Você é minha, esqueceu? Paulo, seu amor eterno."