S.P.L - Sonhos, Paixões e Loucuras

O Último Adeus

  Sou Manoela. Não Manuela, Manoela. Estudo do Tática Máxima desde...esse ano. Tenho alguns anos a mais/menos que você; estou quase virando uma mulher de verdade, pra ser mais exata.
   Me apaixonei por um garoto chamado Paulo, mas logo depois sofri um acidente de carro. Lucas, meu ex, surgiu do nada na minha vida. Passei a amar ele de novo, e sofri as consequências.
   Eu me cortei 7 vezes.
   Eu melhorei na escola. Comecei a escrever poemas como uma forma de me livrar da minha escuridão interna.
     Só que algumas perguntas ainda circulavam na minha cabeça. Por que eu me cortei, se eu não queria fazer aquilo? Por que Paulo fez aquilo na frente de Lucas? Por que eu não tentei ser uma pessoa melhor?
    Mas uma estava no alto. Por que Lucas tinha me procurado, depois de tantos meses?
    Eu chamei ele naquele dia, que estava bem ruim. Chovia desde às 6h, estava bem frio e eu estava sofrendo meio que bullying, estavam me apelidando de coisas bem ruins, mas aquilo não importava na hora.
  - Fala baixinha
  Sem pensar, eu joguei ele contra a parede e coloquei minhas mãos nos ombros dele, vermelha de raiva
   - Por que você me procurou depois de tantos meses?!?
   - Calma cara... - ele já estava começando a suar e estava vermelho como eu - precisa dessa agressividade toda?
   - Obvio! Você não faz ideia do quanto eu sofri por sua causa, tá?! Foi um desespero!!!
   Ele me empurrou e eu quase caí no chão, mas ele impediu isso, me segurando pela não e me puxando pra ficar em pé.
   Ele olhou pra mim totalmente com uma cara de cansado, desapontado. Ele nunca tinha sido daquele jeito. Que maravilha, estraguei o dia dele.
     Mas eu não perdi a postura de menina-que-esta-com-raiva e fitei nos olhos dele, aqueles olhos verdes, que quase me hipnotizaram de novo.
     - Quero respostas Lucas!!!
     - Eu sei - disse ele, cruzando os braços e bufando - Se você não tivesse agido dessa maneira louca, talvez a gente já teria se entendido. Mas tudo bem. Sabe porque eu voltei pra você Manoela? Porque eu estava sozinho. Não consegui me acostumar, tá? Nem na escola, nem nada. Eu estava tão apaixonado por você que eu achei q, me  afastando de você, as coisas se resolveriam. Mas eu estava muito enganado, já que é você que melhora o meu dia sempre com o seu sorriso.Pronto, era isso que você queria saber Manoela?!
    Eu olhei para ele, vermelha. Tá, eu exagerei, mas ele foi o mais sincero o possível. Eu tremi. Eu enxuguei uma lágrima com o casaco, mas não adiantou.
     Eu comecei a chorar. Mas então, eu corri, corri o mais rápido que podia, pra longe dele. Eu estava desesperada. Não sabia o que fazer, de novo.
     Então Paulo e eu cruzamos caminhos. Ele me viu daquele jeito e ficou com uma expressão literalmente assustada. Ele tentou me abraçar, mas eu disse pra ele não fazer aquilo.
    - O que houve? - ele tremeu, tentando pensar em algo legal pra me alegrar
   - O Lucas...ele...
   - Sabia. Eu te disse que ele era um vagabundo, você não tem que se envolver com esse tipo de gent...
    Aí que eu fiquei descontrolada. Eu bati na bochecha dele com tanta força que ficou marcado e muito vermelho. Ele deu uma gemida e colocou a mão no rosto.
    Eu apontei um dedo pra ele
     - Você não vai me dizer com quem eu devo ou não me meter. Já tivemos química, agora acabou. Não sou suas negas. Pode parar com essa palhaçada, agora. Entendeu?!?!
      Ele me olhou arruinado. O clima ficou bem ruim, e ele disse uma última coisa.
      - Adeus. Esse vai ser o meu último adeus. Fiquei nos seus pés, fiz tudo pra você. Agora chega. Milhares de garotas no meu pé e eu aqui, aos pés de uma idiota. Adeus Manoela. E pode ficar com quem quiser, não vou ter culpa se você morrer amanhã porque não aguentou ser usada, maltratada por um moleque.
    Ele saiu pisando forte e duro no chão, fazendo barulho. As pessoas em volta ficaram olhando para aquilo. Algumas estavam de boca aberta, outras nem conseguiam falar direito.
   Eu tremi. Era a última semana de aula, e eu estava naquela situação.
   Eu comecei a chorar de novo, e sai correndo pelos corredores, desejando estar invisível, ou até mesmo, morrer.