Capítulo doze

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11 de Janeiro de 2006- Lincoln, Nebraska


-Senhor Winchester, - o médico encarou Sam - Eu tenho que insistir, Seu Irmão não vai acordar, Você realmente deveria ...

  -Eu não vou desligar as máquinas - Sam parecia ainda mais cansado, ele não havia falado com Jess desde a discussão, ela havia mandado apenas um SMS dizendo que estava voltando para Palo Alto

  -Mas Senhor Winchester... Apenas um milagre...

  -Então vou esperar por esse milagre 

  O médico olhou para ele parecendo surpreso:

  -Nunca pensei que você fosse o tipo de pessoa que tem fé em Deus

  -E não tenho... Mas tenho fé no meu irmão

24 de Janeiro de 2006, Algum lugar entre Greenville, Illinois e Lincoln, Nebraska

  O som da música One do Metallica explodiu no Impala e Sam apertou o volante com mais força. Essa música fazia as lembranças ainda mais dolorosas. Ele podia captar algumas frases que lembravam a seu irmão e outras que lembravam a si mesmo.

"Alimentado por tubos enfiados em mim" 

"Nada é real a não ser a dor agora"

"Ligado à máquinas que me fazem existir"

"Prendo a respiração enquanto desejo morrer"

Essa última frase o fez acelerar, talvez ele pudesse acabar com isso... Seria fácil, apenas esperar um caminhão aparecer na outra pista e...

  "Nem pense nisso, Cadela" ele podia ouvir a voz de seu irmão na cabeça. Apesar de saber que não era realmente, isso o fez desistir da Ideia. Ele seria forte... Por Dean.

18 de Janeiro de 2006, Lincoln, Nebraska

Sam estava servindo mesas na cantina do hospital, seu irmão ainda continuava no mesmo estado então ele havia precisado procurar um emprego, por sorte, a gerente da cantina o contratou como garçom.

Na pequena tv, presa a parede passava um jornal local, Sam não estava prestando atenção as notícias até que sua chefe o chamou

  -Ei Sam, aquele não é seu hotel?

  Sam olhou distraído para a tv, havia um prédio em chamas nas imagens, ele viu o letreiro ao lado

  -Merda

  - Você pode sair mais cedo se quiser ver se eles salvaram alguma coisa.

  -Isso é ótimo, obrigado senhora Holmes

  Sam saiu da cantina e foi para o quarto de seu irmão, apesar dos médicos dizerem que Dean não podia ouvi-lo, ele não se sentia bem em sair sem avisa-lo.

  Ligou o celular que deixara desligado durante o expediente. Havia uma mensagem de voz e foi ouvindo enquanto caminhava para o quarto de Dean.

  -Ei Sam, - disse Jess - eu sei que você ainda está bravo comigo, mas eu estou aqui, voltei para Lincoln. Vou ficar hospedada no mesmo hotel que você, a gente deveria conversar. Me desculpe pelo que eu disse - Ela fez uma pausa - Eu ainda te amo.

  No momento que a mensagem havia acabado Sam estava na porta do quarto de Dean. Seu coração estava acelerado quando o significado das palavras o atingiram:

  Jess ia para o hotel

  O hotel pegou fogo

  -Jess, oh meu Deus

  Ele tentou se convencer de que ela estaria bem, que não havia como ter chegado tão rápido ao hotel, que Dean havia matado o demônio e esse incêndio era totalmente natural. Ele entrou no quarto esperando que a companhia de seu irmão o acalmasse.

Por um momento ele fechou os olhos e se concentrou apenas nos bips das máquinas que indicavam que seu irmão ainda estava vivo. E então veio um alarme Alto, um único bip, interminável e Sam abriu os olhos para ver que todas as linhas nas máquinas ligadas a seu irmão ficarem planas. Dean estava morto....

Live And Let DieOnde histórias criam vida. Descubra agora